11 de mar. de 2011

Denuncia: Imagens mostram atrito entre PMs de UPP e moradores da Cidade de Deus

Fonte: G1 / RJ


Fotógrafo denuncia agressão de PMs após filmar tumulto na comunidade.
Segundo a PM, investigação sobre o caso deve estar concluída em 30 dias.

Do RJTV
Moradores da Cidade de Deus, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, dizem que foram agredidos por policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) durante uma festa de carnaval. Um PM teria quebrado a máquina de um fotógrafo que registrava a confusão, que aconteceu por volta das 4h de quarta-feira (9).

Os moradores afirmam  que promoviam uma festa de carnaval na rua quando policiais militares foram chamados para intervir numa briga. Os PMs, então, teriam insistido para que a comemoração terminasse. Houve discussão.
Ainda de acordo com as imagens gravadas pelo fotógrafo, os agentes teriam usado spray de pimenta contra a população, o que provocou correria. Depois, foi possível ouvir disparos. Em seguida, um PM bate com um cassetete num homem e dá mais três tiros para o alto.
Os policiais perceberam que estavam sendo filmados e tentaram pegar a câmera. O fotógrafo Toni Barros, que é colaborador da ONG Viva Rio, tenta proteger o seu equipamento: “Não vou dar não. Sou Toni Barros, fotógrafo, jornalista, eu sou jornalista”, disse.
Toni disse que os policiais quebraram o equipamento, mas o cartão de memória que armazenava as imagens ficou intacto: "Quando eu fui falar com o policial que quebrou a minha câmera, ele virou e falou assim: 'prova que eu quebrei'. A única defesa tanto para eles, quanto para o morador, é o registro que eu estou fazendo. Não estou de lado nenhum", disse.
PMs podem ser afastados
Segundo a PM, os policiais foram hostilizados por alguns moradores e o vidro de uma viatura foi quebrado. Nas imagens é possível notar que objetos foram arremessados.

O coronel Robson Rodrigues da Silva, coordenador das Unidades de Polícia Pacificadora, informou que nove policiais estão sendo ouvidos e os que cometeram abusos serão afastados. A investigação sobre o caso deve estar concluída em 30 dias: "Isso aí é o que a gente não quer. E a gente para ser mais preventivo, a gente precisa analisar para que nós possamos o mais rapidamente possível evitar que fatos como esse ocorram", disse.

O Viva Rio pediu à polícia um encontro entre o fotógrafo e o comando da UPP para discutir a situação e espera que o caso sirva de exemplo para que ações como essas não se repitam.

"A polícia que está na Cidade de Deus hoje é uma polícia preparada para atender toda cidade do Rio de Janeiro. A polícia, já que ela foi agredida, ela tem que prender o mau elemento. É função dela. Agora, ela revidar isso com paulada, quebrando caixa de som e dando paulada nas pessoas, isso não pode, dando tiros para o alto, isso não pode acontecer", completou o fotógrafo.

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