2 de ago. de 2011

Rio vive farra das multas nas Kombis e vans piratas

Fonte: O Dia Online


Nove de 13 veículos de transporte ilegal de passageiros flagrados por ‘O DIA’ somam 65 infrações. Um motorista circula sem pagar IPVA há 4 anos

POR FRANCISCO EDSON ALVES
Rio - Onde falta fiscalização, sobram infrações. Nove das 13 vans e Kombis de transporte irregular de passageiros flagrados pela ‘Blitz do DIA’ na semana passada somam 65 multas. Três desses veículos circulam sem pagar IPVA, como o campeão de irregularidades, que coleciona 17 infrações de trânsito.
Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia / 20.7.2011
Na Estrada da Cacuia, na Ilha, van circula com oito multas por superlotação, transporte ilegal e fuga de blitz | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia / 20.7.2011
Os veículos piratas foram flagrados em Benfica, Bonsucesso, Ilha do Governador, Campo Grande e Del Castilho. A maioria das multas é gravíssima, por excesso de velocidade, fuga de blitzes, avanço de sinal vermelho, falta de cinto de segurança para os usuários, excesso de passageiros, além de paradas em pontos de ônibus e sobre a faixa de pedestres.
O veículo com 17 multas é uma Kombi branca que faz ponto ilegal em frente ao Norte Shopping, na Av. D. Helder Câmara, em Del Castilho. O motorista já foi flagrado avançando sinal, fugindo de bloqueio da polícia e deve IPVA desde 2007.

“Nos arredores desse shopping circulam, principalmente nos fins de tarde e à noite, quadrilhas de vans, Kombis e táxis piratas. Os falsos profissionais nos expulsam e ameaçam de morte quem anda legalizado”, lamenta um motorista legalizado, que, por medo, não quis se identificar.
Você anda em van pirata?

Nunca
Sim, quando não há alternativa
Sim, eu não tenho escolha onde moro


Na Estrada da Cacuia, na Ilha do Governador, circula uma Kombi com oito multas, três delas por fugir de blitzes e uma por andar superlotada. “Essas multas são típicas de motoristas que não se preocupam com a própria vida, e, muito menos, com a de terceiros”, adverte o presidente do Sindicato dos Permissionários de Serviços de Passageiros do Município do Rio (SindvansRio), Adilson Honório.
O sindicato aponta outros riscos de embarcar num pirata: ser vítima de assaltos, sequestros relâmpagos e pagar tarifa extorsiva.
Taxas de até R$ 4,7 mil
Andar na linha no transporte alternativo sai caro. Uma van modelo Master 2.5 ano 2010 chega a pagar só de taxas R$ 4.768,34. Um motorista de uma Kombi 2010 1.4 flex gasta R$ 3.305,67 para ficar em dia com a secretaria municipal de Transportes.
A soma inclui pagamento de IPVA, seguros de passageiro (APP) e de danos pessoais (DPVAT), imposto sindical obrigatório e documento de arrecadação municipal (Darm).
“É mais barato e compensador andar à margem da lei, do que cumpri-la”, desabafa Honório, que calcula em 12 mil o número de piratas no Rio, o dobro dos 6.080 legalizados.
Este ano, só 11 foram rebocados
Este ano, a subsecretaria municipal de Fiscalização de Transportes só apreendeu 11 veículos piratas. O órgão argumenta que não reboca, mas que encaminha os condutores à delegacia devido ao exercício ilegal da profissão sem, no entanto, informar quantos passaram por esse procedimento.
A subsecretaria não explica por que, apesar de ter o apoio de 250 policiais militares nas blitzes, não reboca.
Nesta segunda-feira, fiscais do Departamento de Transportes Rodoviários (Detro) retiram 64 ônibus intermunicipais de circulação nos terminais rodoviários do estado.

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