O Rio de Janeiro não está livre de novos apagões durante o verão que começa este ano. O alerta foi feito nesta segunda-feira pelo presidente da Light, Jerson Kelman. Segundo ele, embora a companhia, distribuidora de energia em parte do Estado, tenha tomado diversas medidas preventivas para evitar possíveis corte de energia nos 31 municípios fluminenses que integram sua área de concessão, a situação não está totalmente descartada. De acordo com Kelman, a expectativa é que somente no verão que se iniciará no final de 2011 a rede de distribuição esteja preparada para o aumento de demanda desta época do ano.
No sábado, um defeito de transmissão durante um serviço programado na subestação de Furnas no Grajaú, zona norte do Rio, deixou diversos bairros sem luz. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), cerca de 20% do fornecimento de energia do município foram cortados por aproximadamente uma hora. A circulação do metrô e dos trens foram afetadas e sinais de trânsito foram desligados.
O presidente da Light lembrou que nenhum sistema elétrico é à prova de falhas. Segundo ele, a companhia está investindo em medidas preventivas. "Fizemos tudo que era possível, diante da limitação de mão de obra e de disponibilidade de equipamento, para preparar a rede para este verão, mas não estamos ainda num céu de brigadeiro, o que só deve acontecer no próximo verão, porque o prazo para estar completamente preparado é superior a um ano e estamos num programa prolongado", afirmou.
Kelman destacou que entre as medidas tomadas pela companhia estão a contratação de equipes que eram terceirizadas, o que inclui profissionais especializados em rede subterrânea; o aumento de podas das árvores para evitar danos à rede aérea com a queda de galhos; a troca de cabos nos postes nas ruas por outros com revestimento de borracha para diminuir a possibilidade de curtos circuitos; e a substituição de alguns transformadores para modernizá-los.
"A situação ideal não é a de nenhuma falha, porque isso pode ocorrer em qualquer sistema, mas a de poucas falhas e restauração rápida", acrescentou.
O presidente da Light também ressaltou que a falta de energia pode ocorrer por defeitos não apenas na rede de distribuição, mas ainda na rede de alta-tensão que interliga as regiões do País ou na geração nas usinas.
Prejuízos
Na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade, um dos bairros onde a luz mais demorou para ser restaurada, muitos comerciantes reclamaram dos prejuízos.
Na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade, um dos bairros onde a luz mais demorou para ser restaurada, muitos comerciantes reclamaram dos prejuízos.
Ronaldo Ramos, dono de um pet shop na região, contou que a loja, que costuma receber cerca de 100 clientes em um dia, fechou praticamente sem atendimento.
"A luz aqui acabou por volta das 11h, quando o movimento começa a decolar, e só voltou às 15h. Depois disso, ninguém mais veio. Foi um prejuízo enorme num mês em que precisamos faturar alto para pagar todas as contas, que incluem o décimo salário dos funcionários e outros acréscimos", lamentou.
O corte de energia também prejudicou o sistema de abastecimento de água na cidade. Segundo a Companhia de Águas e Esgotos (Cedae), a Estação do Guandu já voltou a funcionar, mas o fornecimento só deve ser normalizado na terça-feira. A Cedae pede aos moradores que continuem economizando água.
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