Escola quer transformar a Sapucaí em gafieira a céu aberto.
São Clemente vai abrir os desfiles do Grupo Especial, no domingo (6).
O enredo não poderia ser mais propício: o Rio de Janeiro. De volta ao Grupo Especial do carnaval carioca depois de dois anos, a São Clemente vai levar para a Marquês de Sapucaí uma ala formada por 20 casais de bailarinos de dança de salão. Comandados pelo coreógrafo Carlos Bolacha, os dançarinos prometem transformar o Sambódromo numa gafieira a céu aberto.
Passos marcados, ousados e irreverentes. É assim que os 40 dançarinos querem surpreender o público e os jurados no enredo “O meu, o seu, o nosso Rio, abençoado por Deus e bonito por natureza", do carnavalesco Fábio Ricardo. O coreógrafo contou que os ensaios acontecem quatro vezes por semana, no Sambódromo e na quadra da escola, que fica no Centro da cidade.
“O nosso trabalho é minucioso, porque o samba-enredo tem um ritmo mais acelerado, diferente um pouco da gafieira. Mas nós estamos ensaiando há meses para mostrar esse belíssimo espetáculo aqui na Sapucaí. Ficamos até as duas da manhã passando toda a coreografia, passos, para não errar”, disse.
Durante o último ensaio técnico da escola na Sapucaí, no dia 12 de fevereiro, o público aplaudiu a cada movimento ou acrobacia dos bailarinos. Os 20 casais mostraram parte da coreografia, e o coreógrafo garante: ainda há uma surpresa guardada para o carnaval.
Durante o último ensaio técnico da escola na Sapucaí, no dia 12 de fevereiro, o público aplaudiu a cada movimento ou acrobacia dos bailarinos. Os 20 casais mostraram parte da coreografia, e o coreógrafo garante: ainda há uma surpresa guardada para o carnaval.
“Nós vamos apresentar um número nunca antes visto aqui na Sapucaí. A nossa ala vai representar os ‘embalos do Rio’, a Lapa, o reduto do samba de gafieria. O público pode aguardar um grande espetáculo”, completou Carlos Bolacha, que integrou a comissão de frente da Mangueira, em 98, comandada pelo amigo e coreógrafo Carlinhos de Jesus.
Mistura do samba
De roupa branca e chapéu panamá na cabeça, os 20 bailarinos assumirão o personagem do malandro e darão ao desfile da São Clemente o tom do samba de raiz no enredo que vai tratar das paisagens e maravilhas do Rio de Janeiro. Em um dos momentos da coreografia, as moças são lançadas ao alto e fazem um gesto que lembra o Cristo Redentor.
“Está sendo muito divertido poder levar um pouco desse clima do samba de raiz para a Sapucaí. Ainda não sabemos como será a nossa fantasia, ainda é segredo. A coreografia é irreverente e criativa, como pede uma boa gafieira”, disse a professora de dança Adriana Monteiro, que está entre os 20 casais.
Ela contou, ainda, que o grupo é formado por professores de dança ou dançarinos de shows. De acordo com Carlos Bolacha, a maioria dos bailarinos é de sua companhia.
Passeio pelas paisagens do Rio
Do Pão de Açúcar às belezas arquitetônicas, a São Clemente vai apresentar um enredo que enaltece as paisagens do Rio de Janeiro. A escola de Botafogo levará para a Avenida cerca de 3,2 mil componentes, divididos em 36 alas. Fundada em 1951, a São Clemente promete abrir em grande estilo os desfiles, no domingo (6), às 21h.
Passeio pelas paisagens do Rio
Do Pão de Açúcar às belezas arquitetônicas, a São Clemente vai apresentar um enredo que enaltece as paisagens do Rio de Janeiro. A escola de Botafogo levará para a Avenida cerca de 3,2 mil componentes, divididos em 36 alas. Fundada em 1951, a São Clemente promete abrir em grande estilo os desfiles, no domingo (6), às 21h.
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Estreante no Grupo Especial, o carnavalesco Fábio Ricardo faz referências a pontos turísticos como Floresta da Tijuca e o Corcovado nas fantasias e nos sete carros alegóricos. Segundo ele, a ideia é criar uma história que envolva as paisagens do Rio de Janeiro.
‘Eu criei uma ficção. A partir do dedo de Deus, do toque divinal de Deus, o Rio de Janeiro foi se transformando e se modernizando com as interferências do homem, mas com o consentimento de Deus. Começamos o nosso desfile com o Pão de Açúcar, que também é o símbolo de nosso brazão. É como se fosse a construção do Rio de Janeiro”, diz Fábio Ricardo.
O carnavalesco revelou que descobriu muitas curiosidades durante a pesquisa. “Descobri que a Floresta da Tijuca foi toda replantada por causa da colheita do café. A jaqueira é um dos marcos de lá. O interessante é que a jaca é oriental, ao contrário do que muita gente pensa. Por isso, a indumentária desta fantasia tem o estilo do Oriente”, diz.
Enchentes serão lembradas
Parte da história do Rio, as enchentes estarão presentes no desfile da São Clemente. Para retratar com clareza e irreverência o drama dos desabrigados das enchentes, o carnavalesco criou a fantasia do mergulhador com uma mala na mão. O setor terá ainda um imenso bote salva-vidas. A alegoria vai trazer a famosa Arca de Noé e alguns barracos.
Enchentes serão lembradas
Parte da história do Rio, as enchentes estarão presentes no desfile da São Clemente. Para retratar com clareza e irreverência o drama dos desabrigados das enchentes, o carnavalesco criou a fantasia do mergulhador com uma mala na mão. O setor terá ainda um imenso bote salva-vidas. A alegoria vai trazer a famosa Arca de Noé e alguns barracos.
Com a tragédia na Região Serrana, o assunto ficou ainda mais atual. Mas a inspiração veio mesmo da grande tempestade que alagou a Região Metropolitana em abril de 2010. “É uma critica construtiva, um alerta. Olhei pela janela e vi tudo inundado. Comecei a pensar em todos os problemas urbanos que estariam afetando a paisagem do Rio de Janeiro”, justifica Fábio Ricardo.
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