16 de fev. de 2011

Segurança: Nova chefe de polícia do Rio diz que seu desafio é lutar pelos bons policiais

Fonte: G1/RJ


Marta Rocha substituiu Allan Turnowski, que deixou o cargo nesta manhã.
Ex-braço direito dele foi preso na Operação Guilhotina na sexta-feira.


Delegada Marta Rocha e Beltrame (Foto: Aluizio Freire/G1)Nova chefe de Polícia Civil, delegada Marta Rocha, e o secretário de Segurança José Mariano Beltrame, durante coletiva na noite desta terça-feira (15) (Foto: Aluizio Freire/G1)
A Secretaria estadual de Segurança informou no começo da noite desta terça-feira (15) que a delegada Marta Rocha é a nova chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ela é a primeira mulher a ocupar o cargo. Atualmente, a delegada está na direção geral da Divisão de Polícias de Atendimento à Mulher (DPAM)
A delegada Marta Rocha entrou na Polícia Civil em 1983. Ela começou sua carreira policial como única mulher no plantão da 14ª DP (Leblon). Marta foi delegada titular da 15ª (Gávea), 12ª DP (Copacabana), 18ª (Praça da Bandeira), 20ª DP (Grajaú) e 37ª (Ilha do Governador). Ela inaugurou a Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM), em Campo Grande, na Zona Oeste, e também esteve à frente da DEAM, no Centro da cidade. Em 1999, ela ocupou o cargo de subchefe de polícia. Marta Rocha também já atuou como corregedora de polícia, informou a Secretaria de Segurança.
A delegada foi ainda vice-presidente da Comissão de Organização da Polícia Civil na Rio 92 e implantou a Delegacia de Atendimento ao Turista (DEAT), além de ter sido professora da Academia de Polícia.
Enquanto atuou como delegada titular da 15ª DP (Gávea), ela foi a responsável pelas investigações do sequestro ao ônibus 174, em 2000, que terminou com a morte de uma refém e do sequestrador. Na época, ela indiciou o comandante do Bope, que participava da operação.
O delegado Allan Turnowski deixou o cargo de chefe de Polícia Civil do Rio nesta terça-feira. A informação foi divulgada em nota oficial pela Secretaria estadual de Segurança.
Turnowski também divulgou nota oficial em seguida, em que agradece pela oportunidade de ter comandado a Polícia Civil.
Saída 4 dias após Operação Guilhotina
A saída de Turnowski acontece dias após a Operação Guilhotina, na qual foram presos 30 policiais militares ou civis, que ajudavam traficantes, milicianos e contraventores, com informações sobre as operações policiais, negociando material de apreensão e até dando proteção a criminosos. Entre os presos está o delegado Carlos Oliveira, ex-braço direito de Allan Turnowski. O então chefe de Polícia Civil chegou a ser chamado para prestar esclarecimentos na sexta-feira (11) passada.
Draco
A Delegacia de Repressão contra o Crime Organizado (Draco) do Rio amanheceu fechada pelo segundo dia consecutivo, nesta terça-feira (15), no Centro da cidade.
Na segunda-feira (14), primeiro dia em que a delegacia passou a ficar subordinada diretamente à Secretaria de Segurança, e não mais à Polícia Civil, Allan Turnowski entregou à Corregedoria Interna de Polícia (Coinpol),documentos de investigações que, segundo ele, apontam irregularidades na Draco, e comprometeriam o delegado Cláudio Ferraz e um inspetor.
Ferraz ajudou na Operação Guilhotina, que prendeu o delegado Carlos Oliveira, ex-subchefe operacional da Polícia Civil, que respondia na hierarquia apenas a Turnowski.
Veja a íntegra da nota da secretaria
Governo do Rio de Janeiro
Secretaria de Estado de Segurança
Coordenadoria de Comunicação Social

Após uma longa conversa na manhã desta terça-feira com o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, o Chefe de Polícia Civil, delegado Allan Turnowski, deixou o cargo após os dois concluírem que esta seria a decisão mais adequada para preservar o bom funcionamento das instituições.
O secretário aproveita a ocasião para agradecer publicamente a dedicação e a fidelidade do delegado Turnowski durante sua gestão.
Em um ano e dez meses de trabalho no comando da Polícia Civil, Allan implantou projetos que contribuíram para a redução da criminalidade no Estado. Neste período, a Polícia Civil ganhou uma delegacia exclusiva para investigação de homicídios; aprimorou o atendimento nas delegacias distritais através do Dedic; fez prisões importantes contra a milícia; reduziu em taxas inéditas o roubo de veículos no Estado; além de melhorar a produtividade das delegacias quanto ao número de inquéritos relatados com autoria.
O secretário gostaria de reforçar que eventuais mudanças na equipe não vão prejudicar o compromisso assumido com a sociedade que é o de fazer do Rio um lugar cada vez mais seguro.
Veja a íntegra da carta de Allan Turnowski
NOTA À IMPRENSA

À população do Rio, aos meus colegas de trabalho, aos meus amigos,
venho a público agradecer ao Governador Sérgio Cabral e ao Secretário de Segurança José Mariano Beltrame pela oportunidade de comandar minha instituição por quase dois anos. Hoje de manhã deixei o cargo de Chefe de Polícia após uma conversa franca e aberta com o Secretário Beltrame. Tenho certeza que esta é a melhor decisão para o momento.
Posso garantir que foi um período de aprendizado, de conquistas, de amadurecimento e também de realizações profissionais. Deixo para meu sucessor uma série de iniciativas estruturantes que podem elevar a Polícia Civil a outro patamar .
Agradeço também o apoio de meus familiares, que sacrificaram horas de convívio e atenção.
Um abraço a todos.
Allan Turnowski

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