18 de mar. de 2011

‘Favela Festival’ começa sábado, em Manguinhos, lançando talentos

Fonte: O Dia Online


POR PEDRO LANDIM
Foto: Divulgação
Rio - Samba da Vila Operária. Forró do Quitungo. Rock de Vaz Lobo. Soul do Vidigal. E o Cidade Negra anuncia em nova canção: “Após a bela noite, o sol vem irradiando a luz do dia, que desperta a cidade, desperta a periferia”. Com o retorno do cantor Toni Garrido, a banda da Baixada Fluminense é convidada de honra da estreia de um novo capítulo na história dos festivais da MPB, que vai liberar uma represa de talentos.

O ‘Favela Festival’, realizado pela Central Única das Favelas (Cufa), começa amanhã, no Conjunto Embratel, em Manguinhos, com 50 concorrentes divididos em cinco eliminatórias, tendo como palco favelas do Grande Rio.
“Tenho amigos no Vidigal que escrevem músicas incríveis. Talento não depende de onde você nasce, e vários surgirão”, diz a atriz e cantora Roberta Rodrigues, a Fabíola de ‘Insensato Coração’, que vai atacar com a banda Melanina Carioca, entre amigos como Jonathan Haagensen e Cintia Rosa — eles tocam na quarta eliminatória, no Salgueiro, em São Gonçalo.

Toni Garrido, que tem estrada em festivais, vibra em sintonia com a festa. “Muita gente não tem condições de mostrar a cara, sei que na favela podemos encontrar uma Maria Gadú, um Falcão, um Caetano...”, compara.
Gente com sorriso no rosto e atitude como a Banda Malunga, que pesa nas guitarras defendendo a canção ‘Beat Abandono’. “Fugimos da sonoridade óbvia da favela, funk e pagode. É a hora de comunicar, ultrapassar as barreiras”, diz a vocalista Tha Ferreira, 22, de Vaz Lobo.

Samuel Silva, 40, é O Máskara, vem do Quitungo, em Brás de Pina, canta forró com humor e afirma: “O Rio está revendo a imagem das comunidades. A invasão tem que ser cultural”. 

Os compositores Sérgio Matielli, 50, e Orleans Branco, 47, da Vila Operária, em Caxias, escalaram o grupo Nosso Canto e a cantora Suellen de Paula para o samba ‘Quem Diria’, e já tem ônibus saindo da Baixada com torcedores. “É uma festa da música democrática”, resume Sérgio.

Prova disso é a dupla formada pela cantora Ly Ribeiro, 26, com o violão de Silvia Leite, 24. A primeira é de São Gonçalo e a segunda, de Santa Cruz. Descobriram afinidades musicais e tocam em rodinhas de amigos, mas amanhã estarão na frente da plateia com o pop romântico ‘Mais Uma Vez’. “O caminho é árduo, o festival pode ser um atalho”, diz Ly.
 

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