12 de mar. de 2011

Seu Bolso: Feijão com arroz está mais barato

Fonte: O Dia Online


Popular prato brasileiro começou o ano em queda de preços

POR MICHEL ALECRIM
Rio - O prato mais popular do País iniciou o ano em queda. O tradicional arroz com feijão ficou mais barato por conta do aumento na produção desses itens. Enquanto os consumidores comemoram a queda nos preços, produtores lamentam a baixa e até alegam prejuízos.
Pesquisa da Fecomércio-RJ mostra que o feijão fechou o mês de fevereiro com queda de 3,82%. Já o arroz ficou 2,11% mais barato. O quilo da semente na variação preta está saindo em média no Rio a R$ 2,41, contra R$ 2,51 em janeiro. Já o saco de 5 quilos do cereal ficou em R$ 9,95, enquanto que no fim de janeiro estava a R$ 10,16.

Segundo o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Braz, mesmo com a queda verificada o feijão ainda está cerca de 12% mais caro do que há um ano. Portanto, há ainda margem para novas quedas. “Alguns produtores estão até distribuindo o feijão gratuitamente para a população para ver se o preço volta a subir, mas ainda há gordura no preço para ser queimada”, comenta o economista da FGV.
Além da boa safra dos produtos agrícolas, o mercado brasileiro tem importado parte do que é consumido no País. Para o presidente da Bolsa de Gêneros Alimentícios do Rio, José de Sousa, as mudanças nos hábitos da população explicam a queda nos preços, que é na verdade histórica. “Não vejo perspectiva de aumento para esses produtos. Eles estão cada vez mais acessíveis porque o consumo está caindo. Em vez do jantar em família, há o fast-food”, argumenta Sousa.
Consumidor ganha, mas produtor perde
O que é bom para os consumidores está tirando o sono de produtores rurais. Os preços de produtos básicos muitas vezes estão saindo abaixo do patamar estabelecido pelo governo, dificultando a vida de quem vive do cultivo e tem financiamento para pagar.

“Os agricultores integrados às cadeias das commodities (produtos de origem primária, mas cotados em dólar por terem espaço para exportação) terão um ano significativamente bom, enquanto muitos voltados apenas ao mercado interno terão problemas para pagar seus financiamentos”, declarou o secretário de política agrícola da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Antoninho Rosares, em entrevista ao BrasilEconômico

“Acho ótimo o preço baixar, porque é o que o brasileiro mais consome. Lá em casa compro quatro quilos de feijão e cinco de arroz todo mês”, comemora a servidora pública municipal Joana Maria da Silva, 52 anos.

PRODUTOS BÁSICOS
FEIJÃO
O produto é cultivado em vários estados do País, principalmente por pequenos produtores. A alta dos preços no ano passado estimulou ainda mais seu plantio. Ainda há a entrada de importados da China. 

ARROZ
A boa safra que está sendo colhida principalmente no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso do Sul está derrubando o preço do produto. O mercado brasileiro também importa arroz de países vizinhos. 

BATATA
O produto também tem caído muito de preço este ano, devido a uma boa safra. Segundo a Fecomércio-RJ, só em fevereiro o preço caiu 12,64%. O preço médio do quilo nos mercados cariocas está R$ 1,16.

TRIGO
O trigo sofre efeito inverso, principalmente por conta do mercado internacional. Nos últimos 12 meses, o produto subiu 63% na Bolsa de Chicago. Importantes produtores mundiais, como a Rússia e a Austrália, vêm enfrentando problemas climáticos e a tendência não é de melhora. Com isso, uma ampla cadeia de derivados, que inclui o pão, macarrão e biscoitos, tende a encarecer. Produtos correlatos, como a mandioca, acabam também sendo elevados.

MILHO
Outro produto que está tendo seu preço elevado no mercado internacional é o milho. Na Bolsa de Chicago a alta no ano foi de 97%. O fenômeno afeta o preço de vários tipos de alimentos.

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