23 de mai. de 2011

Imagens mostram quarto de motel no RJ onde empresário foi morto

Fonte: G1 Rio Janeiro


Jovem de 18 anos confessou ter matado empresário dentro do quarto.
Suíte simples foi ocupada por cerca de quatro horas pelos amantes.

Do G1, com informações do Fantástico
Uma semana depois da morte do empresário Fábio Gabriel Rodrigues, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, uma equipe do Fantástico conseguiu entrar no motel onde ele passou as últimas horas de vida. As imagens mostram a suíte com garagem privativa. Uma escada leva ao quarto onde Fábio e a estudante Verônica Verone de Paiva, de 18 anos, passaram a madrugada de 14 de maio.
A jovem, que está presa no presídio de Bangu 7, na Zona Oeste, confessou o crime. O quarto simples foi ocupado durante cerca de quatro horas pelos amantes. Os dois beberam cerveja e vodca.
“A minha impressão é de uma pessoa fria e que consegue se sair muito bem ao ser pega numa contradição”, analisa a delegada Juliana Rattes, da 77ª DP (Icaraí), responsável pelo caso.

Fábio, que era casado e pai de dois filhos, tinha 33 anos. “Se pintasse uma mulher que ele gostasse com certeza ele ia ficar em cima até conseguir”, acredita João Paulo Firmino, amigo de Fábio.

O que aconteceu no motel ainda intriga a polícia de Niterói. Verônica contou à polícia que empurrou o amante porque ele teria tentado estuprá-la. E quando ele caiu desacordado, usou um cinto para estrangulá-lo. A jovem disse ter visto nele a figura do pai que tentou abusar dela quando criança.

“Ela estava diante do agressor dela. Ela, com 8 anos de idade, há dez anos atrás e o agressor alí”, diz o advogado Rodolfo Thompson, que defende Verônica.
Perícia não encontra sinais de estrangulamento
A perícia não encontrou sinais visíveis de estrangulamento. No sábado (21), Verônica voltou ao motel para participar dareconstituição do crime. Em nenhum momento ela se emocionou. “A cada versão que ela conta, ela não sabe dizer exatamente como se deu, então isso parece ser um fato criado e montado e não aquilo que de fato aconteceu”, disse a delegada.
Para esclarecer uma das principais dúvidas sobre o caso, foi usado um saco de areia de 90 kg: o mesmo peso do empresário. A polícia queria saber como Verônica conseguiu arrastar, sozinha, o corpo até a garagem.
“O gerente do hotel logo que foi avisado encontrou o corpo aqui com as pernas viradas, encostado, com a cabeça arriada, com a mão pra baixo e a calça também arriada”, conta Adelson Vasquez, advogado do motel.
Delegada diz que jovem foi 'fria'
A delegada afirmou que Verônica agiu friamente.“Ela sobe, friamente pega o telefone, pede a conta, paga a conta com o dinheiro dele”, diz a delegada.

Fábio e Verônica se conheceram no início do ano passado: “Ele passando de carro, se encantou e parou. Perguntou se ela queria beber alguma coisa, ela aceitou”, disse o amigo de Fábio, João Paulo Firmino.
Mas, nos depoimentos, Verônica afirmou que nunca manteve relações sexuais com Fábio: “A relação era de amizade sem conotação libidinosa, erótica, sensual. Amizade pura e isso existe. Ponto”, afirma o advogado Rodolfo Thompson.
João Paulo Firmino discorda da versão do advogado de Verônica. “Mentira. Porque quando ele se separou da esposa dele, ele foi morar num hotel de frente ao posto e eu cansei de ver eles dois saindo do hotel lá”, disse ele.
Jovem teria sido pivô de separação
Carro de polícia em frente a motel em Niterói (Foto: Henrique Porto/G1)
Carro de polícia em frente a motel em Niterói
(Foto: Henrique Porto/G1)
Verônica também teria sido o pivô da separação de Fábio.“Minha cunhada disse que tinha dia que ela ligava dez vezes à noite. Acordava ele de madrugada”, conta a irmã de Fábio, Rosimayre Barroso.

A jovem estudava numa escola pública onde cursava pela terceira vez o nono ano. “A Verônica tem um porte de princesa. Ela é bonita, carismática, amiga, não dá para eu olhar pra Verônica e ver problemas”, disse Maria Vanda da Silva, diretora da escola, que completou: “Ela faltava muito. Eu já li dispensas de psiquiatras dizendo que ela estava realmente com síndrome do pânico”.

E a mãe de Verônica andava preocupada com as amizades da filha: “A mãe estava vindo para buscá-la no portão porque ela estava começando a matar muita aula e a mãe queria saber com que companhias ela estava matando aula”, conta a diretora.
A delegada afirmou que, segundo as versões apresentadas nos autos, Verônica seria uma pessoa namoradeira e usuária de drogas. O advogado da jovem nega: “Verônica não consumia drogas. Era incompatível com os medicamentos. Ela está medicada com remédios prescritos”, comentou ele.
Quebra de sigilo telefônico
No carro de Fábio foram encontrados vestígios de maconha e cocaína. A polícia acredita que o crime tenha sido premeditado e agora a Justiça autorizou a quebra do sigilo telefônico dos envolvidos. A polícia informou no fim da tarde deste domingo (22) que a reconstituição mostrou que Verônica teria força para arrastar o corpo de Fábio.

“Eu quero justiça. Esclareça. Eu quero saber a forma que ele morreu. Por quê? De quê? Se foi envenenado, enforcado, eu quero saber”, pede a mãe de Fábio, Cacilda Rodrigues.
“O que faria uma menina bonita, de 18 anos, com a vida toda pela frente matar uma pessoa? Matar o seu amante, o seu namorado?”, questionou a delegada.

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