28 de jun. de 2011

Ameaçado de fechamento, Engenhão será vistoriado hoje

Fonte: O Dia Online


Após três casos, Conselho dá ao Botafogo prazo de 10 dias para que apresente nome de responsável pela engenharia elétrica do estádio

Reportagem de Ana Carla Gomes e Raphael Zarko


Rio - O secretário de Conservação do Rio, Carlos Osório, classificou como inadmissível e injusticável mais uma queda de energia durante jogos no Engenhão. Ele lembra que desde o primeiro apagão, em abril, a prefeitura exigiu esclarecimentos do Botafogo. Na época, o clube já alegava problema no no-break e ainda falha de procedimento manual.
 
“O Botafogo garantiu que ia trabalhar na recuperação do equipamento e no treinamento dos operadores. Amanhã (hoje), por coincidência, vamos fazer uma vistoria para ver se atenderam nossas exigências”, disse Osório, que ameaçou de multa o clube.
“O valor vai depender da fiscalização que vamos fazer. A prefeitura não aceita que um dos estádios mais modernos do Brasil tenha recorrentes problemas”, afirmou o secretário.

Depois do terceiro apagão em menos de três meses no Engenhão, o Botafogo foi notificado pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio (Crea) a apresentar o nome de um responsável pela engenharia elétrica do estádio Olímpico João Havelange, que foi construído em 2007. O clube carioca tem 10 dias para apresentar um técnico registrado no Crea-RJ para responder aos problemas, como o ocorrido no jogo do Botafogo e Grêmio. A multa, para o não cumprimento da notificação da entidade, é de R$ 4.240. Segundo Luiz Antônio Cosenza, coordenador da Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes do Conselho, o Botafogo apresentou resposta formal ao Crea-RJ antes do feriado, apontando o nome de uma arquiteta como a pessoa responsável pela operação do sistema. “Foi surpresa, porque ela tem atribuição para manutenção e reformas, mas de obras. Só não tem atribuição para operar um sistema de engenharia elétrica. Dá a entender que o Botafogo não tem responsável pela operação do sistema. Até para que, em, casos como esse, possamos autuar alguém”, disse o coordenador do Crea-RJ.Em nota oficial, o Botafogo informou que duas empresas (Elecomtec e Engeprime) são responsáveis pela “manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos do estádio” e que técnicos dessas empresas, além de funcionários da administração do estádio, estão presentes em todos jogos. Para Cosenza, no entanto, é insuficiente.“Tem os práticos que sabem operar, podem até fazer bem, serem bem treinados, mas não são os responsáveis. É como um farmacêutico dizer se um remédio é bom, não é assim. Tem que ir no médico”, comparou Cosenza.Ainda na nota, o Botafogo admite que os quatro no-breaks (aparelhos estabilizadores que impediriam a interrupção de energia e acionaria geradores) não estão operando porque estão em manutenção. “Neste momento, o clube investe cerca de R$ 200 mil para a aquisição de peças, algumas importadas, necessárias para manutenção”, diz um trecho do documento enviado pelo clube, que garante que a causa da queda de energia de domingo não tem qualquer relação com os episódios anteriores.

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