Procedimento que evita mortes súbitas e previne AVC deixou de ser feito em 36 pacientes desde julho
POR CLARISSA MELLO
Rio - Pelo menos 36 exames de cateterismo foram desmarcados desde o dia 7 de julho no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), colocando em risco a vida de pacientes que dependem do procedimento para diagnóstico e tratamento de doenças no coração. O motivo, mais uma vez, é a falta de aparelhos.
Equipe médica já pediu duas vezes a compra do equipamento necessário, mas não foi atendida | Foto: Reprodução
Documento de 26 de agosto ao qual O DIA teve acesso revela que o único angiógrafo (usado para fazer o cateterismo) da unidade é antigo e frequentemente apresenta defeitos. Apesar de a compra de um novo equipamento ter sido solicitada, nada foi feito.
O cateterismo é fundamental para evitar morte súbita — principal risco para pacientes que sofrem de doenças coronarianas —, pois ajuda a diagnosticar o grau da doença. O procedimento também é usado como tratamento — desobstruindo veias, por exemplo.
Problemas circulatórios
O angiógrafo, usado no cateterismo, é importante para identificar acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e localizar aneurimas (vasos rompidos). O aparelho também é usado para diagnosticar problemas circulatórios. Esse é mais um capítulo da crise de falta de medicamentos e insumos que se arrasta desde junho no hospital, como O DIA mostra desde o início de agosto. Ontem, a Defensoria Pública da União recebeu justificativas da direção do HFB sobre os problemas e começou a analisar os documentos.
Final feliz para criança
Depois de uma cirurgia de oito horas, finalmente uma criança de 1 ano e 4 meses, recebeu o transplante de fígado que aguarda desde que nasceu. A cirurgia começou às 11h da manhã. A menina recebeu parte do fígado do próprio pai, Antônio Carlos, 23 anos. O procedimento foi do tipo intervivos. Ela passa bem e está internada na UTI pediátrica da unidade, em observação. Antes de ser operada, a menina já havia tido duas cirurgias de transplante desmarcadas, segundo a mãe, Kellen Ferreira, 22. A última vez, no dia 10 de agosto, seria por falta de medicamentos. O Ministério da Saúde negou o problema.
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