A obra volta ao Theatro Municipal carioca depois de ficar instalada na sede da ONU, em Nova York. Ela pode ser vista até 30 de dezembro.
Foi inaugurada na noite desta terça-feira, no Rio de Janeiro, a exposição da obra mais importante do pintor brasileiro Cândido Portinari. Os painéis ‘Guerra e Paz’, que estavam instalados na sede da ONU, em Nova York, voltaram ao Brasil depois de 54 anos.
Na tela os esboços do artista. No palco, a pintura ganha vida com o movimento dos bailarinos. É o espetáculo feito em homenagem à obra máxima de Candido Portinari. Ele foi montado especialmente para a abertura da exposição de ‘Guerra e Paz’ no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
No palco, ‘Guerra e Paz’ inspira outras artes: música, poesia e dança. Uma obra tão grandiosa que merecia uma homenagem à altura.
“Essa obra do Portinari, ela é muito especial, muito inspiradora. Desde o momento que ele começou a fazer, e tudo é bonito nesta obra”, diz a presidente da Fundação do Theatro Municipal, Carla Camurati.
No camarim, a bailarina Ana Botafogo se preparava para uma transformação: “A madona dele tem sempre cabelos. Muito cabelo para frente, inclusive, e cabelos negros”, diz a bailarina.
Os painéis gigantes de ‘Guerra e Paz’ têm 14 metros de altura. Consumiram quatro anos de trabalho e a saúde de Portinari, que mesmo intoxicado pelas tintas se dedicou de corpo e alma a obra.
De tão grande, ela teve que ser pintada por partes. Portinari só viu a sua criação montada uma vez, em 1956, assim que ela foi concluída. Ela foi exibida no Theatro Municipal do Rio, o único espaço com dimensões apropriadas para mostrá-la ao publico inteira.
Depois, ‘Guerra e Paz’ foi para a sede da ONU em Nova York. E só agora, mais de 50 anos depois, volta para o Brasil. Esta é uma noite especial no Theatro Municipal do Rio de Janeiro: finalmente os brasileiros vão poder ver de perto a grandiosidade da obra de Portinari.
Os painéis vão poder ser vistos pelo público até o dia 30 de dezembro, mas vão ficar no Brasil até 2013. Sem dúvida, um momento histórico: meio século depois, os painéis de ‘Guerra e Paz’ continuam sendo admirados não só pela qualidade artística, mas também pela mensagem: ainda vivemos em guerra, mas ainda sonhamos com a paz.
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