28 de fev. de 2011

Saúde: Sem desculpa para não usar

Fonte: O Dia Online


Camisinhas são distribuídas sem burocracia em postos de saúde às vésperas da folia

POR PÂMELA OLIVEIRA
Rio - Os cariocas não têm desculpas para não usar preservativos neste Carnaval. A poucos dias da folia, os postos de saúde distribuem camisinhas sem burocracia: basta ir às unidades, dizer que deseja o produto e pronto. Durante a última semana, repórter de O DIA fez o teste em dez postos — oito na capital, um em Caxias e outro em Nova Iguaçu — e conseguiu preservativos com facilidade em nove.
No ano passado, era muito difícil: as unidades exigiam que o paciente participasse depalestras de planejamento familiar como condição para pegar o preservativo. “Capacitamos funcionários e eles continuarão a ser treinados.
É importante que a pessoa tenha a liberdade de pegar o preservativo que desejar”, disse o secretário municipal de Saúde, Hans Dohmann, acrescentando que o objetivo é cumprir portaria do Ministério da Saúde que determina o acesso facilitado, sem burocracia ou necessidade de qualquer documento.
A quantidade de preservativos fornecidos variou entre os postos. No Centro Municipal de Saúde Manoel José Ferreira, no Catete, a repórter, que não se identificou como jornalista, recebeu 40 preservativos. “Geralmente, a farmácia libera 20 para cada usuário, mas está perto do Carnaval. Vou liberar para você e para seu parceiro”, disse a funcionária, acrescentando que caso o produto terminasse, poderia buscar mais.
No Centro Municipal de Saúde João Barros Barreto, em Copacabana, a repórter recebeu 24 preservativos. No Jorge Saldanha Bandeira de Mello, em Jacarepaguá, foram 12. Já nos demais, na Gávea, em Ramos, na Tijuca e no Centro, além de Nova Iguaçu, a repórter recebeu entre 16 e 24 preservativos.
O posto Vereador Adilson Braga, em Caxias, disponibilizou apenas seis, que deveriam durar um mês: para conseguir mais era preciso participar de palestras. No PAM de Bangu, a camisinha só é entregue na ginecologia, que estava fechada às 16h.
Época de aumento da transmissão de doenças
O Carnaval é uma época em que aumenta muito a incidência de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), afirmam especialistas. E a camisinha ajuda na prevenção da maioria delas, e até mesmo diminui o risco de a mulher ter câncer de colo de útero, causado pelo vírus HPV, segundo o oncologista e sanitarista Ronaldo Corrêa Silva, da COI (Clínicas Oncológicas Integradas).
As mulheres jovens, inclusive as adolescentes, formam um dos grupos mais vulneráveis à contaminação pelo HIV atualmente, segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que lançou na sexta-feira a campanha contra Aids no Carnaval 2011.
“As moças ainda têm dificuldades para dizer ao parceiro que querem usar preservativo. Muitas têm vergonha e medo de parecer que não confiam no homem”, disse Padilha.

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