Marcos Maia é mantido à frente da Coordenadoria de Recursos Especiais.
Delegada não quis comentar indiciamento de ex-chefe de Polícia Civil
A chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegada Martha Rocha, está reunida desde a manhã deste sábado (19) com os integrantes dos primeiro e segundo escalão da corporação. Entre os diretores anunciados estão Marcos Maia, que continua à frente da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), assim como Sílvia Araújo, que segue na diretoria do Hospital da Polícia Civil, e Flávio Porto, que comanda o Núcleo de Combate à Lavagem de Dinheiro. O anúncio foi feito na Chefia da Polícia Civil, no Centro da cidade.
Martha Rocha não quis comentar o indiciamento do antecessor dela, o delegado Allan Turnowski, que entregou o cargo na terça-feira (15). “A decisão é da Justiça. Se assim entendeu, está entendido”, disse. “Agora, não vamos falar de antes da minha gestão. Vamos falar sobre o futuro”, frisou.
A chefe de polícia também enumerou as principais diretrizes para este início de gestão. “Vamos estabelecer rotinas administrativas ágeis, interlocução interna eficiente, metas periódicas e avaliação destas metas”, destacou. Martha Rocha também destacou a necessidade de aprimorar o atendimento nas unidades distritais. “É um compromisso da chefe que o atendimento nas delegacias seja eficiente, com policiais qualificados”, enfatizou.
Martha Rocha diz que comparação com ex-chefes de polícia é “cruel”
A nova chefe de Polícia Civil do Rio classificou como “cruel” qualquer comparação da gestão dela com a dos ex-chefes Allan Turnowski e Álvaro Lins – este último chegou a ser preso. “É cruel comigo, com o policial que está trabalhando bem e com a famílias desses policiais”, afirmou.
Martha Rocha esclareceu que o que houve antes da atual gestão dela “gera mais responsabilidade para produzir resultados eficientes”. A chefe da Polícia Civil disse que os nomes dos delegados-titulares das unidades distritais vão ser anunciados nesta terça-feira (22).
Saída de Turnowski
Allan Turnowski deixou o cargo no início da tarde de terça, dias após o início da Operação Guilhotina, na qual foram presos 30 policiais militares e civis, acusados de ajudar traficantes, milicianos e contraventores, com informações sobre as operações policiais, negociando material de apreensão e até dando proteção a criminosos.
Allan Turnowski deixou o cargo no início da tarde de terça, dias após o início da Operação Guilhotina, na qual foram presos 30 policiais militares e civis, acusados de ajudar traficantes, milicianos e contraventores, com informações sobre as operações policiais, negociando material de apreensão e até dando proteção a criminosos.
Entre os presos está o delegado Carlos Oliveira, ex-subchefe de Polícia Civil na gestão de Turnowski, que, por conta disso, chegou a ser chamado à Polícia Federal para prestar esclarecimentos.
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Outros nomes já anunciadosNa quinta-feira (17), Martha Rocha já havia anunciado outros três para integrar a nova cúpula da Polícia Civil. O delegado Márcio Franco de Mendonça foi escolhido para a direção do Departamento Geral de Polícia Especializada do Rio. A decisão foi confirmada pela assessoria de Polícia Civil do Rio.
Anteriormente, o Departamento Geral de Polícia Especializada do Rio foi comandado pelo delegado Ronaldo Oliveira, na gestão de Allan Turnowski, que deixou o cargo na terça-feira (15).
Martha Rocha anunciou também outros três nomes que irão trabalhar diretamente com ela. Para o Departamento Geral de Polícia da Capital (DGPC) foi indicado o delegado Ricardo Dominguez. O Departamento Geral de Polícia da Baixada (DGPB) ficará com a delegada Tércia Amoêdo e o Departamento Geral de Polícia do Interior (DGPI) será dirigido pelo delegado João Batista Byron. Ricardo Dominguez já foi titular da 4ª DP (Praça da República) e ocupava o cargo de delegado adjunto do Departamento Geral de Administração e Finanças (DGAF). A delegada Tércia Amoêdo era titular da 63ª DP (Japeri) e já esteve à frente da 14ª DP (Leblon). O delegado João Batista Byron estava na Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (CRPI), em Campos, no Norte Fluminense.
Na quarta-feira (16), Martha Rocha anunciou outros nomes de sua equipe. O delegado Sérgio Caldas será o subchefe administrativo e o delegado Fernando Velloso assume a subchefia operacional, no lugar do delegado Rodrigo Oliveira. O corregedor Gilson Soares será mantido no cargo.
O delegado Sérgio Caldas já passou pela Assessoria de Planejamento da Polícia Civil (Asplan), foi diretor da Academia de Polícia (Acadepol), diretor de Polícia da capital, também foi titular da 82ª DP (Maricá) e atualmente estava à frente da 78ª DP (Fonseca).
O delegado Fernando Velloso já esteve à frente da Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat), da 7ª DP (Santa Teresa), e de acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil, ele havia deixado a 14ª DP (Leblon) para assumir a Delegacia de Repressão Contra Crimes de Propriedade Imaterial, antes de ser nomeado subchefe operacional.
Já a delegada Jéssica Almeida, que era diretora de Ensino e Pesquisa da Secretaria de Segurança, vai ser a diretora da Academia de Polícia Civil (Acadepol). A chefia do gabinete de Martha Rocha ficará a cargo do delegado Luis Zettermann, que ocupava a direção de Projetos Executivos da Polícia.
A chefe de Polícia Civil afirmou que "o que pesou na escolha dos nomes foi a experiência, competência e seriedade desses delegados".
Perfil: a primeira mulher na Chefia da Polícia CivilMartha é a primeira mulher a ocupar o cargo e deixa a direção geral da Divisão de Polícias de Atendimento à Mulher (DPAM). Ela entrou na Polícia Civil em 1983. Ela começou sua carreira policial como única mulher no plantão da 14ª DP (Leblon). Foi delegada titular da 15ª (Gávea), 12ª DP (Copacabana), 18ª (Praça da Bandeira), 20ª DP (Grajaú) e 37ª (Ilha do Governador). Em 1999, ela ocupou o cargo de subchefe de polícia. Ainda segundo a Secretaria de Segurança, Martha Rocha também já atuou como corregedora de polícia.
A delegada foi ainda vice-presidente da Comissão de Organização da Polícia Civil na Rio 92 e implantou a Delegacia de Atendimento ao Turista (DEAT), além de ter sido professora da Academia de Polícia.
Enquanto atuou como delegada titular da 15ª DP (Gávea), ela foi a responsável pelas investigações do sequestro ao ônibus 174, em 2000, que terminou com a morte de uma refém e do sequestrador. Na época, ela indiciou o comandante do Bope, que participava da operação.
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