4 de abr. de 2011

Prefeitura 'dá asas' a mosquito

Fonte: O Dia Online


Disque-Rio: prazo para vistoriar foco é de 10 dias úteis, suficientes para multiplicar por 10 número de ‘Aedes’

POR THIAGO FERES
Rio - O número de casos de dengue não para de subir, mas o Disque-Rio (1746) parece não ter pressa de eliminar focos do mosquito transmissor. Em continuidade à ‘Blitz do Dia’, equipe do jornal acompanhou ontem usuário do serviço, que denunciou possível criadouro do Aedes aegypti. O prazo estabelecido para a visita de agentes de saúde foi de 10 dias úteis.
No Rio Comprido, centenas de garrafas plásticas e até uma carcaça de geladeira estavam jogados em valão na Rua Azevedo Lima, altura do nº 100, a menos de 10 metros da Creche Municipal Campos da Paz. “Já temos casos de dengue aqui. Ano retrasado foram 4 amigos mortos”, contou o morador Douglas Lima, 43. De lá, o presidente da ONG Associação das Vítimas da Dengue, Marcos Roig, ligou para o 1746 e foi informado que agente público visitaria o local em 10 dias úteis: “É absurdo, um verdadeiro descaso com o povo do Rio”.

Escute a ligação de Marcos Roig para o 1746
Segundo o entomólogo da Fiocruz Anthony Érico Guimarães, 10 dias são suficientes para a população de mosquitos em um local ser multiplicada por dez. “O ciclo até o mosquito virar adulto dura de sete dias. Sem contar os ovos que poderiam já estar lá. Vergonha esse prazo municipal. Era melhor inventar outra desculpa”, destacou.

PRAZO É ANTERIOR AO 1746

A prefeitura informou que o prazo foi estabelecido pela Secretaria Municipal de Saúde em reuniões que antecederam a criação do 1746 e que o efetivo do órgão não suportaria prazo menor. A secretaria, por sua vez, não soube informar se já esteve no local este ano fazendo trabalho preventivo contra o mosquito.

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