5 de abr. de 2011

Vítima da chuva espera há um ano por aluguel social

Fonte: O Dia Online


Famílias do Borel alegam que cumpriram exigências, mas não receberam benefício

POR DIEGO BARRETO
Rio - Um ano depois da tragédia das chuvas de abril de 2010 no Rio, cerca de 20 famílias que viviam em áreas de risco no Morro do Borel, na Tijuca, ainda lutam para começar a receber o aluguel social. Os moradores afirmam que, mesmo tendo os imóveis interditados pela Defesa Civil, não foram contemplados com o benefício de R$ 400, pagos pela Prefeitura do Rio.
Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia
Adilene e Antônio, na casa destruída em área de risco, esperam que a prefeitura libere o aluguel social | Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia
A dona de casa Adilene Maria da Silva, 37, é uma das vítimas que esperam o aluguel social. E a casa dela foi a primeira a ser visitada pela Defesa Civil e interditada. “Levei todos os documentos que me pediram, mas até hoje não consegui receber”, afirma.

Adilene está morando em uma casa alugada, pela qual paga R$ 300, graças à ajuda do pai, de 86 anos. “Ele é deficiente e mora com a gente. A nossa única renda fixa são os R$ 540 dele”, conta.

A presidente da Associação de Moradores do Borel, Roberta Ferreira, afirma que outras 20 famílias estão na mesma situação. “Esses moradores já apresentaram documentação. Estavam em área de risco, mas ainda não conseguiram o aluguel social”. 

Adilene e o marido, Antonio José Arruda, 47, contam que a casa atingida pelo deslizamento, na localidade do Bicão, havia sido comprada por R$ 5 mil, em 2008. “Hoje, não temos condições de comprar outra casa. 

Queríamos ter uma posição da prefeitura sobre nossa situação”, diz Antonio, que trabalha como autônomo em oficina mecânica.

O sonho da família é ser reassentada num dos empreendimentos habitacionais que a prefeitura destinará às famílias retiradas de áreas de risco. Adilene conta que há um ano dorme e acorda com medo de ficar na rua com seus dois filhos. Por isso, cobra uma solução da prefeitura. “O nosso maior sonho é ter nossa casinha. Pode ser em qualquer lugar, mesmo longe. Eu só quero ter a certeza que não precisarei sair por não ter como pagar o aluguel”, diz a dona de casa. 

A Secretaria Municipal de Habitação do Rio informou fará uma vistoria, em conjunto com a Geo-Rio, em cada uma das moradias cujos proprietários ainda não estão recebendo aluguel social. O objetivo é verificar a situação dos imóveis e das famílias.

‘Há moradores que preferem ficar no Borel’

A presidente da Associação de Moradores do Borel, Roberta Ferreira, explicou que muitas famílias resistem a sair a comunidade. “Alegam que o conjunto em Palmares (Zona Oeste) fica longe”. 

Segundo a Secretaria de Habitação do município, 167 famílias do Borel recebem aluguel social há um ano; outras 113 receberam indenizações.

A prefeitura prevê para este ano a entrega de 12 mil moradias. Metade será a moradores de áreas de risco, através do programa Minha Casa, Minha Vida, além de 2.240 no Bairro Carioca.

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