27 de mai. de 2011

Falsos dentista e protético são detidos em consultório no Rio, diz polícia

Fonte: G1 Rio de Janeiro


Uma mulher que se apresentou como advogada também foi detida na ação.
Eles foram detidos após a prisão de dois policiais civis no início de maio.

Rodrigo Vianna

Do G1 RJ
Agentes da Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol) no Rio detiveram, nesta quinta-feira (26), uma falsa dentista e um falso protético em Paciência, na Zona Oeste. Segundo a delegada Tatiana Loche, da Divisão de Assuntos Internos da Corregedoria, uma outra mulher que se apresentou como advogada também foi detida por não ter registro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Os três foram detidos em flagrante em um consultório dentário na região, após investigações. De acordo com a delegada, a falsa dentista foi localizada após a polícia encontrar uma denúncia em seu nome na mesa de um policial civil da 36ª DP (Santa Cruz), que foi preso no início de maio sob suspeita de extorsão. Na ocasião, um outro policial e dois advogados também foram presos.

“A Corregedoria concluiu no início de maio uma investigação que levou à prisão de policiais da 36ª DP e de dois advogados. Nós apresentamos a prisão preventiva e eles já foram denunciados. Durante a diligência, nós encontramos uma denúncia dessa senhora apontada como falsa dentista, e achamos que ela também poderia ser mais uma vítima dos policiais”, disse a delegada.

A Corregedoria mobilizou uma equipe que conseguiu deter a falsa dentista em flagrante. O falso protético foi detido em seguida, após, segundo a polícia, confessar aos agentes que não possuía habilitação para atuar na área. A delegada Tatiana Loche afirmou que a falsa dentista usava um registro no nome de outro profissional.

Flagrante
A mulher que se apresentou como advogada chegou ao consultório após a polícia. De acordo com a delegada, ela disse que era parente da suspeita. No entanto, ao ser questionada pelos agentes, ela disse que não estava com a carteira da OAB e que não lembrava o número do registro. Mais tarde, a mulher confessou que não chegou a fazer os exames da Ordem.

“Ele se identificou como advogada, mas quando solicitamos a carteira da OAB, ela disse que não se lembrava do número, então solicitamos qualquer identificação, foi quando ela disse que não passou no concurso. Logo, ela não poderia exercer advocacia sem habilitação, seja em qualquer situação”, completou a delegada Tatiana.

Crimes
No consultório, os agentes apreenderam documentos e material utilizado pelos suspeitos. Os três suspeitos detidos nesta quinta-feira foram levados para a sede da Corregedoria da Polícia Civil, na Zona Portuária, onde prestam depoimento. De acordo com delegada, a mulher que se apresentou como advogada e o falso protético vão responder por exercício ilegal da profissão.

Por serem considerados crimes de menor potencial, de acordo com a delegada, o falso protético e a mulher que se apresentou como advogada assinaram um termo de compromisso para comparecerem em juízo, e foram liberados em seguida. Eles vão responder em liberdade.

Já a falsa dentista vai responder por exercício irregular da arte dentária. Segundo a delegada Tatiana Loche, durante análise do material apreendido dentro do consultório, os agentes encontraram medicamentos com a data de validade vencida e de origem estrangeira. Por isso, a suspeita, que foi detida num primeiro momento, recebeu voz de prisão na delegacia e foi liberada após pagar fiança. Ela também vai responder a processo em liberdade.

Policiais e advogados presos
Os dois policiais e os dois advogados presos no início de maio são acusados de extorquir bens de um falso cirurgião-dentista. Segundo o Ministério Público, eles chegaram a exigir R$ 150 mil para liberá-lo. E, como provou com um extrato bancário não ter a quantia exigida, na distrital os agentes teriam ameaçado prendê-lo em flagrante, e indicaram advogados para a defesa dele.

Os policiais contactaram dois advogados, que, segundo a Coinpol, simulando negociações com os agentes para liberar o preso, fizeram um contrato de prestação de serviços advocatícios no valor de R$ 100 mil. O preso não tinha o dinheiro, e deu como adiantamento uma TV e uma moto aos advogados. Na época, a Polícia Civil informou que não iria se pronunciar sobre o assunto.

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