27 de mai. de 2011

'A gente vive com medo', diz morador de condomínio invadido por milícia

Fonte: G1 Rio de Janeiro


Invasores começaram a deixar imóveis na manhã desta quinta (26).
Eles receberão aluguel social de R$ 400 ou irão para abrigos da prefeitura.

Lilian Quaino
Do G1 RJ
Um morador em situação regular docondomínio Ferrara, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, afirmou, durante a ação de despejo de invasores na manhã deste quinta-feira (26), que a população do local vive sob ameaça de milicianos. Ele não quis se identificar.
“A gente vive com medo. Eles (milicianos) vivem dizendo que vai ter mais invasão. A gente sabe que os que estão saindo estão planejando voltar”, disse ele.
O secretário municipal de Habitação, Jorge Bittar, confirmou a informação. “A secretaria tem recebido denúncias de grupos armados andando pelo condomínio”, contou.

Moradores com caminhão cheio para se mudar (Foto: Lilian Quaino)
Moradores com caminhão cheio para a mudança
(Foto: Lilian Quaino)
Ele esteve presente na ação de despejo nesta manhã e ouviu os protesto dos moradores. A desocupação dos imóveis do programa “Minha casa, minha vida” é fruto de uma ação de reintegração de posse a favor da prefeitura do Rio.
Equipes da prefeitura do Rio, com o apoio da Polícia Militar e Federal, iniciaram a ação às 10h desta quinta. A prefeitura disponibilizou seis caminhões para a mudança e os servidores ajudam as famílias a embalarem seus pertences para colocá-los nos caminhões.
Despejados receberão aluguel social
carroça despejo condomínio (Foto: Jadson Marques/AE)
Morador usa carroça para fazer mudança
(Foto: Jadson Marques/AE)
Os invasores despejados no condomínio deverão ter como compensação a inclusão no cadastro do programa “Minha Casa Minha Vida”, com o aluguel social de R$ 400, ou a permanência em abrigos da prefeitura, segundo informou o secretário.
Apesar dos protestos, a operação segue sem maiores tumultos. Alguns moradores, como Rômulo Souza Lima, que confirmou não ter documentos de propriedade do imóvel, preferiram fazer suas próprias mudanças. Ele tem dois filhos e vai para casa da mãe perto do condomínio. Rômulo negou a ação de milicianos na região.
"Aqui não tem nada de milícia não. A gente vaio para cá para fugir de alguel. É claro que a gente sempre tentou pagar. Agora vou pensar no que vou fazer”, disse ele
 Assessores da secretaria dizem que a operação prossegue até quando for preciso, para a retirada dos 143 invasores. As famílias invasoras foram notificadas na quarta-feira (25) e tinham prazo de 24 horas para sair dos apartamentos do condomínio.

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