23 de mai. de 2011

Na noite de Paul McCartney, público carioca faz show à parte no Engenhão

Fonte: G1 Rio de Janeiro


Fãs que foram ao estádio levaram balões, faixas, cartazes e luzes.
Ex-beatle volta a tocar no Rio nesta segunda-feira (23), no mesmo local.

Gustavo Miller
Do G1 RJ
Show Paul (Foto: Lucíola Villela/G1)Paul McCartney entrou no palco do Engenhão às 21h45. Foi o primeiro show da história do estádio (Foto: Lucíola Villela/G1)
O casamento entre Rio e Paul McCartney dá samba. Melhor: rock’n’roll. Vinte e um anos após uma apresentação histórica na Cidade Maravilhosa, o ex-beatle fez neste domingo (22) um show emocionante no Estádio do Engenhão, apenas ofuscado pelo outro show que ocorreu fora dos palcos: para agradar o músico, fãs cariocas levaram balões, luzes florescentes, camisa da seleção brasileira de futebol, ursos de pelúcia, cartazes e até diversas folhas de papel com a inscrição “na” para serem utilizadas durante “Hey jude”.
“Esses cartazes escritos “na”... Uau, isso foi algo fascinante”, elogiou Paul para um público de 45 mil pessoas Arena lotada segundo a produtora, apesar de serem visíveis os buracos nas laterais das arquibancadas superiores.
Resta saber o que o músico irá falar desse show após tamanha demonstração de carinho. Afinal, o roqueiro chegou a declarar que a apresentação paulistana de 21 de novembro está entre as melhores de todos os tempos. A rivalidade Rio x São Paulo agradecerá, Paul.

Fãs mostram folhas com a inscrição 'na'. Brincadeira surgiu durante 'Hey jude' (Foto: Gustavo Miller/G1)Fãs mostram folhas com a inscrição 'na'. Brincadeira surgiu durante 'Hey jude' (Foto: Gustavo Miller/G1)
‘Olá, tchau’
Sir. Paul McCartney subiu ao palco 15 minutos depois do previsto, às 21h45. O atrasou ajudou quem teve dificuldades para entrar no estádio, principalmente aqueles que optaram por irem de trem. Sorte de quem chegou a tempo: ele e sua banda surpreenderam ao abrirem com “Hello, goodbye”, que não entrou em nenhum dos três shows feitos no Brasil no ano passado.

O abre-alas contagiante seguiu com “Jet”, “All my loving”, “Lettingo go” e “Drive me car”. A cada intervalo, Paul mostrou a simpatia e o carisma de sempre, ora fazendo macaquices ora conversando com a audiência em português. Ao contrário do que fez em Porto Alegre e emSão Paulo, o músico não falou gírias locais, apesar do “vocês” carregado de chiado que repetiu várias vezes em “Ob-la-di, ob-la-da”.
Pedro Sicupira, de 10 anos, assiste ao seu primeiro show de rock (Foto: Gustavo Miller/G1)
Pedro Sicupira, de 10 anos, assiste ao seu primeiro
show de rock (Foto: Gustavo Miller/G1)
Esquecendo o show à parte que promoveu, o público carioca demorou para entrar no clima e passou a primeira metade da apresentação bastante disperso. “Culpa” um pouco do set list, que enfileirou as faixas lentas “I’ve just seen a face”, “And I love her”, “Blackbird” e “Here today” (dedicada  a John Lennon).
Mudar esse jogo não é uma tarefa nada difícil quando se tem um ex-beatle no palco. Experiente, Paul empunha o baixo e avisa: “vamos dançar esta noite?”. Só classico depois dessa frase: “Dance tonight”, “Mrs Vandebilt”, “Eleanor rigby”, “Something” (dedicada a George Harrison) e “Band on the run”.
Foi a partir dessa sequência que Paul e o público do Engenhão entraram numa sintonia que duraria o resto da noite. Sempre que tocava uma música do Wings, os fãs reagiam e juntavam as mãos indicando um par de asas. A cada murmuro ou assobio que ele dava ao microfone nascia um eco de 45 mil vozes.
A retribuição para tanto carinho veio em música. Dos Beatles. Das 14 últimas canções tocadas, 13 foram do quarteto de Liverpool. O que aconteceu a partir daí foi uma cena mágica que só quem já foi a um show de Paul McCartney pode descrever a bonita cena que é ter ao seu lado fãs de diferentes gerações se emocionando de diferentes maneiras com cada canção.
Pedro Sicupira, de 10 anos, é um exemplo. Ele passou boa parte do show nos ombros do pai, o médico Eduardo Sicupira, de 44. O garoto, que conheceu Beatles ouvindo os CDs do pai e tocando suas músicas em games musicais, esgoelou-se em “Back in the U.S.S.R.”, fez sinal da paz em “Give peace a chance”, chacoalhou balões em “Hey jude” e fez air guitar em “Helter skelter”.
Ao final do show, Paul ganhou uma camisa da seleção brasileira de futebol, com 'Macca' inscrito nas costas (Foto: Gustavo Miller/G1)Ao final do show, Paul ganhou uma camisa da seleção brasileira de futebol, com 'Macca' inscrito nas costas (Foto: Gustavo Miller/G1)
“Foi o meu primeiro show de rock. Foi bem legal!”, disse o menino botafoguense ao fim do show, sorrindo.
Paul se apresentou durante 2h30 e fez três bis. A ausência mais notável do set list foi “My love”, que o ex-beatle sempre tocou no piano na última passagem pelo país. Ele sempre a dedicava "gatinha” (e ex-esposa) Linda. Coincidência ou não, naquela época Paul namorava.Hoje, está noivo.
Set list
1) "Hello goodbye"
2) "Jet"
3) 'All my loving"
4) "Letting go"
5) "Drive my car"
6) "Sing the chances"
7) "Let me roll it"
8) "Long and widing road"
9) "1985"
10) "Let em in"
11) "I´ve just seen a face"
12) "And I love her"
13) "Black bird"
14) "Here today"
15) "Dance tonight"
16) "Mrs Vandebilt"
17) "Eleanor Rigby"
18) "Something"
19) "Band on the run"
20) "Ob-la-di, ob-la-da"
21) "Back in the USSR"
22) "I gotta feeling"
23) "Paperback writer"
24) "A day in the life"
25) "Let it be"
26) "Live and let die"
27) "Hey jude"
28) "Day tripper"
29) "Lady Madonna"
30) "Get back"
31) "Yesterday"
32) "Helter Skelter"
33) "Sgt. Peppers lonely hearts club band"

Paul McCartney no Rio
Quando: 23 de maio (segunda)
Onde: Estádio Olímpico João Havelange (Engenhão)
Horário: 21h30
Ingressos: Preços: R$ 340 (inteira) e R$ 170 (meia); estão sendo vendidos apenas ingressos para os setores de arquibancada inferior oeste)

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