27 de mai. de 2011

Rio determina que menores detidos em cracolândias terão de se tratar

Fonte: G1 Rio de Janeiro


Prefeitura do Rio aprova mudança na forma de lidar com usuários de drogas.
Em 2 meses, 150 crianças e adolescentes foram recolhidos de cracolândias.

Do Jornal Nacional
As autoridades do Rio de Janeiro resolveram mudar a forma de lidar com o problema de menores usuários de crack. De agora em diante, jovens que forem recolhidos em cracolândias serão mantidos em abrigos para fazer tratamento.

As operações de repressão são frequentes, mas cabe ao próprio usuário decidir pelo tratamento. Como a lei não prevê prisão para quem consome drogas, apenas os dependentes que tenham cometido crime ficam presos.

A maior dificuldade para tratar crianças e adolescentes viciadas em drogas é que grande parte recusa o acolhimento. E quando eles finalmente são convencidos a iniciar o tratamento, oito em cada dez menores acabam voltando para as ruas antes mesmo de conseguir largar o vício.

No Rio, em dois meses de operações, 150 crianças e adolescentes foram recolhidos de cracolândias. Para evitar que elas continuem dependentes, a prefeitura determinou que, a partir desta semana, todos os menores detidos serão obrigados a ficar internados até se livrarem da dependência. A medida teve o aval da Vara da Infância e da Adolescência e do Ministério Público. As crianças devem passar por exames clínicos antes de seguirem para os abrigos.

“Para que se possa saber exatamente a sua situação efetiva e se elas realmente devem ficar internadas, devem ser submetidas ao tratamento”, explicou Cláudio Lopes, procurador geral do Rio de Janeiro.

A socióloga Irene Rizzini, que dirige o Centro Internacional de Estudos e Pesquisas sobre a Infância, é contra a medida. “Por que não vamos em primeiro lugar visitar essas famílias, verificar por que essas crianças estão nas ruas, verificar por que estão fora da escola e que tipo de suporte essa família precisa para que seus filhos possam dormir em casa?”, questionou.

Já o secretário municipal de Assistência Social, Rodrigo Bethlem, acredita que a medida é dever do poder público. “Nitidamente essas crianças estão nas ruas porque seus pais não conseguem fazer o seu papel, é dever do poder público, é dever do estado fazer esse papel, de zelar pela segurança e pela integridade física”, afirmou.

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