Fonte: O Dia Online
Polícia realiza operações em todo o Rio para evitar fuga e retaliação de traficantes
Rio - As faixas com inscrições de ‘paz’ nas janelas e muros das casas, retratavam o desejo dos 21 mil moradores do Morro da Mangueira, que foi ocupado ontem para a instalação da 18ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Enquanto 750 homens das polícias Militar, Civil, Federal e fuzileiros navais reconquistavam o território, outras favelas do estado controladas pela facção criminosa Comando Vermelho, inclusive no interior do estado, também foram cercadas.
A estratégia inédita da Secretaria Estadual de Segurança foi uma tentativa de evitar que criminosos da mesma quadrilha orquestrassem ações em outros locais. “Muitas vezes o tráfico da Mangueira acionava a mesma facção em outro local para desviar a atenção quando tinha alguma ação aqui. Colocamos a polícia em outras áreas para evitar isso”, afirmou o secretário José Mariano Beltrame.
Cerca de 750 agentes da polícia estão na comunidade desde as 8 horas da manhã | Foto: Severino Silva/Agência O Dia
Para ele, a ocupação de um dos principais redutos do CV foi histórica, apesar de os chefões da quadrilha terem escapado. “Era um lugar bem complexo de se atuar. Dificilmente as instituições policiais entravam num lugar desses sem haver uma troca de tiros. A polícia chega mais uma vez para ficar e essa é, indiscutivelmente, uma vitória. A saída dessas pessoas (traficantes) para outros lugares, os deixa vulneráveis. E a polícia, atenta, vai atrás”, frisou.
‘Cinturão’ para os Jogos
“Pessoas que tinham medo agora podem vir conhecer a Mangueira. Minha loja vai bombar”, prevê o comerciante Marcos Pimentel. Beltrame reforçou o sentimento da população, ressaltando que todas os morros da Grande Tijuca e entorno do Maracanã já estão ocupados para a Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016.
Ação foi o primeiro teste do rastreamento de PMs por GPS
De um central perto do morro, oficiais controlaram as ações num mapa que indicava a posição de cada PM. O GPS teve ainda o objetivo de evitar irregularidades cometidas por policiais, como acusaram moradores na tomada dos complexos do Alemão e da Penha, em novembro. Na ocasião, houve denúncias de saques a casas e de desvio de armas apreendidas.
Para Beltrame, o teste na Mangueira foi bem sucedido. “Estamos analisando o GPS, mas assim vamos evoluir a cada ação. O equipamento funcionou bem e foi uma reciclagem de alguns rádios, para termos mais uma ferramenta de gestão. Esperamos fazer isso em todos”, disse. O uso do aparelho foi antecipado pelo secretário a O DIA mês passado.
Identificação instantânea de suspeitos
Reportagem de Fernanda Alves, Vania Cunha e Marcello Victor
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