7 de jun. de 2011

Exclusivo: 'Pet fará filme erótico', brinca diretor de 'O Gringo'

Fonte: Marca Brasil


Sérvio Darko Bajic, que dirigiu o documentário, tira sarro do amigo em entrevista ao MARCA BR e revela uma paixão antiga pelo Mengão, antes mesmo de Pet jogar no Fla


POR MARLUCI MARTINS 07.06.11 às 00h12
Rio - Quer matar a saudade do sérvio mais amado do Brasil? Na sexta-feira, o documentário ‘O Gringo’ enfim estará em cartaz nos cinemas do Rio. Usando a camisa de Flamengo, Vasco, Fluminense, Real Madrid e outros clubes, Petkovic é não somente o personagem principal da obra de 90 minutos, como também, uma vez aposentado, aceitou ser o intérprete da entrevista concedida ao Marca Brasil pelo diretor do filme, seu compatriota e amigo Darko Bajic, 56 anos.
Pet e Darko brincam durante a entrevista ao MARCA BRASIL. Foto: Marcelo Regua / Agência O Dia
MARCA BRASILH: Pet é melhor na tela ou no campo?

Darko: Ele se saiu melhor como ator (risos)...
Petkovic: Ah, não! Vamos parar por aqui... Está dizendo que sou muito ruim, que não sou p... nenhuma como jogador!!!

D: (Risos) Ele se virou muito bem. Surpreendeu da mesma forma como faz no futebol. Eu tinha feito apenas filmes de ficção, com detalhes espetaculares. Nesse filme, consegui momentos fabulosos, e, o que é melhor: ao vivo! Num dos meus filmes, “Black Bomber” (1992), usamos 3 mil coadjuvantes. Agora, contamos com muito mais gente no Maracanã cheio.

MBH: Em quanto tempo foi feito ‘O Gringo’?

P: A ideia surgiu em 2001. Eu recusei naquela época. Só aceitei no começo de 2009. Fizemos o filme em um ano e meio.

MBH: Darko torce para algum clube no Brasil?

P: Quer ver só? (Pet telefona para o celular do amigo, cujo toque é o hino do Flamengo). Olha o toque. É rubro-negro!

D: Estive aqui pela primeira vez em 1988. Vi um jogo do Flamengo no Maracanã. Foi a primeira vez que vi o Zico. Gostei.

MBH: Quantos filmes você fez na carreira?

D: Oito filmes de ficção e quatro séries. ‘Guerra ao Vivo’ foi indicado para o Oscar de filme Estrangeiro (2001). Fiz ‘Os Esquecidos’ (1988), e, inspirado nele, uma série em 12 capítulos. Foi a mais vista na Sérvia.

MBH: Na Sérvia, torce para o Estrela Vermelha?

D: Não. Sou Partizan (risos).

P: Ele é um traíra (risos).

MBH: Caprichou nas cenas do Estrela Vermelha?



D: Estou orgulhoso. Não há diretores tão bons entre a torcida do Estrela Vermelha. Foi preciso um torcedor do Partizan fazer o filme do Petkovic (risos).

P: Partizan... É um defeito...

MBH: Tendo o torcedor como espectador, não há o risco de uma vaia como resposta a alguma cena do filme?

D: Não há essa preocupação. Recebi o cenário de uma história da vida e não tinha que inventar nada. Já havia um personagem com o qual o espectador se identificaria e no qual vão se espelhar muitas crianças. Não foi preciso criar o personagem. Ele é histórico, craque. Um herói quase perfeito.

MBH: O filme está sendo bem recebido na Sérvia?

D: Foi sorte ter gravado em 2009, justamente quando o mosaico se consolidou. A torcida foi fundamental. Uma das comprovações de que foi bem feito foi na pré-estreia (4 de maio), em Belgrado. Numa cena em que deixa os pés na calçada do Maracanã, Petkovic diz que quase deixou a lágrima escapar. Ele não chorou, mas no cinema todos choraram. No fim, a sala aplaudiu de pé. Após 15 minutos, ninguém queria sair.

MBH: Que cena prefere?

D: É como perguntar qual é o filho que mais amo. Mas a cena do Velho Lobo falando sobre 2001 foi emocionante. Não falo pelo meu trabalho, mas pelo depoimento dele, uma lenda viva. Conheci seu lado humano. Fiquei maravilhado.

MBH: Quantas pessoas assistiram ao filme na Sérvia?

D: Nas três primeiras semanas, entre 15 mil e 20 mil. Para a Sérvia, isso é ótimo. Para mim, o maior elogio foi quando umas mulheres vieram comentar que foi o filme mais belo que viram. Fiz as pazes entre as mulheres e o futebol.

MBH: Temos um novo galã?

P: (Risos) Darko já veio me cobrar que eu faça um filme sobre ele, mostrando que é um excelente diretor, jogador de basquete e pai de família. Diz que graças a ele as mulheres agora vêm dizer que sou bonito. É sinal de que trabalhou bem.

MBH: A trilha sonora, de um tricolor, funciona bem?

D: Adorei conhecer Ivan Lins, que fez uma trilha fenomenal. Fui a um show dele em Milão e levei o filme. Assistiu num restaurante e chorou sem parar.

MBH: O filme será exibido em outros países?

P: Foi exibido em Cannes e despertou o interesse de distribuidoras da Europa e EUA. Ganhou no Festival de Belgrado prêmios de júri de público e de crítica.

MBH: Alguma peculiaridade em relação a outros filmes seus?

D: O anterior, ‘Danúbio Azul’, é erótico. Mudei drasticamente para o esporte e nem me deixaram fazer cenas de chuveiro.

P: Cineastas falaram que o filme teria sucesso nos festivais se houvesse cenas no chuveiro. Darko adora fazer filme erótico! Imagina eu botando o filme em casa para pai, mãe, filhas, mulher... Começa o filme e todo mundo vai embora! Depois que os cineastas sugeriram o chuveiro, Darko perguntou se dava para incluir. Eu disse: “Não, não dá”.

MBH: Foi sua mulher que vetou a nudez?

P: Não. O filme deve ter classificação livre e passar algo para a garotada.

MBH: Estão pensando em ‘O Gringo 2’?

D: Sim. Será erótico (risos).

MBH: O que ‘O Gringo’ vai despertar no espectador?

D: Mostra que, com esforço, você consegue realizar seus sonhos. Consegue até ser o gringo mais querido no país do futebol. No fim, o espectador descobre quem é o gringo e qual é a sua terra: o filme termina com a música ‘Aqui é o meu País’. Essa é também a minha canção porque amo o Brasil.

P: Não. Você gosta. Quem ama o Brasil sou eu.

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