Fonte: O Dia Online
Os quatro policiais teriam chegado à comunidade em apenas 11 minutos
POR VANIA CUNHA
Rio - O cruzamento de dados do Serviço 190 da Polícia Militar e do GPS da viatura do Grupamento de Ações Táticas (GAT) do 20º BPM (Mesquita), pode colocar em xeque a versão dos quatro policiais envolvidos na morte do menino Juan Moraes, de 11 anos. Desde o início da investigação, os PMs — presos nesta quinta-feira — afirmam que foram à comunidade Danon, em Nova Iguaçu, checar denúncia sobre tráfico. No entanto, passaram-se apenas 11 minutos entre o momento em que a equipe foi informada até a chegada ao local.
PMs suspeitos de envolvimento na morte de Juan chegam ao Batalhão Especial Prisional | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
A distância entre o batalhão e o bairro Danon é de cerca de 18 quilômetros, e a ação ocorreu em horário de pico de trânsito. Não foi divulgado o local onde a viatura estava no momento em que os policiais do GAT receberam a informação da denúncia.
Presos por duplo homicídio qualificado e duas tentativas de homicídio, os cabos Edilberto Barros do Nascimento, Isaías Souza do Carmo, Rubens da Silva e do sargento Ubirani Soares chegaram ao Batalhão Especial Prisional (BEP), em Benfica, por volta de 22h. A prisão foi decretada quinta-feira à noite. A Justiça levou em conta o parecer do Ministério Público de que as investigações mostram que não houve confronto e que testemunhas temiam represálias.
O aviso sobre traficantes teria sido repassado pelo batalhão ao GAT às 18h25 do dia 20 de junho. A análise do GPS da viatura onde estavam os acusados aponta que o veículo chegou à comunidade às 18h36. O carro entrou pela pedreira, onde dois PMs desembarcaram e caminharam pela mata cerca de 40 minutos até o beco onde os tiros foram disparados.
Segundo a investigação, os PMs avisaram ao batalhão que iriam à comunidade no fim da tarde e que, horas antes do confronto, também estiveram no local para checar outra denúncia sobre tráfico.
Juiz decreta mais uma prisão de cabo
Um dos policiais militares acusados de envolvimento na morte Juan, o cabo Edilberto Barros do Nascimento teve mais uma prisão decretada nesta quinta-feira à noite pelo juiz Márcio Alexandre Pacheco, da 4ª Vara Criminal. Ele e mais três PMs são acusados da morte do ex-presidiário Júlio César Andrade Roberto, em 2008.
Na ocasião, os quatro PMs alegaram que atingiram o ex-presidiário durante confronto com traficantes numa favela em Mesquita. No entanto, o inquérito — registrado inicialmente como de auto de resistência — acabou investigando um caso de homicídio.
PMs já estão presos
Os quatro policiais militares, acusados de envolvimento na morte do menino Juan Moraes, de 11 anos, durante suposta operação na favela Danon, em Nova Iguaçu, foram presos, no fim da tarde desta quinta-feira, cumprindo mandado de prisão temporária, expedido pelo juiz Márcio Alexandre Pacheco da Silva, do 4º Tribunal do Júri de Nova Iguaçu.
Os cabos PMs Edilberto Barros do Nascimento e Rubens da Silva e os sargentos Isaías Souza do Carmo e Ubirani Soares, foram encaminhados, inicialmente para o Hospital Central da PM, onde passaram por exame de corpo de delito. Em seguida, os oficiais estão sendo levados para o Batalhão Especial Prisional, em Benfica, na Zona Norte do Rio, e lá ficarão presos.
Morador gravou vídeo logo após os disparos
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