27 de jul. de 2011

Ministério Público Federal apura uso de avião da FAB

Fonte: O Dia Online


Procuradora quer saber por que religiosos da Arquidiocese pegaram carona em voo

POR CHRISTINA NASCIMENTO
Rio - O Ministério Público Federal (MPF) instaurou inquérito civil público para apurar o uso de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) por grupo de 25 religiosos da Arquidiocese do Rio, no último dia 10.
A decisão foi tomada após O DIA revelar que a comitiva foi para evento em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, de carona num turbo-hélice Embraer C-97. O avião ficou oito horas à disposição deles.
Foto: CB Silva Lopes /FAB / Divulgação
Turbo-hélice Embraer C-97 da FAB ficou 8h à disposição da Arquidiocese | Foto: CB Silva Lopes /FAB / Divulgação
Na ocasião, a FAB explicou que a aeronave usada estava a serviço do Correio Aéreo Nacional (CAN). No entanto, o programa foi suspenso quatro dias antes da viagem da comitiva por causa dos Jogos Mundiais Militares, que se realizaram no Rio entre os dias 16 e 24. A paralisação do transporte foi informada à equipe de O DIA no posto do Aeroporto da Base Aérea do Galeão, no dia 13.

A procuradora da República Marta Cristina Pires Anciães oficiou o 3º Comando Aéreo Regional e a Arquidiocese para que deem esclarecimentos sobre as condições em que o voo foi cedido.
Ela quer saber ainda a regularidade do uso do serviço do correio aéreo, quem eram os religiosos que estavam na aeronave e quem fez o pedido do voo para a FAB.
Os religiosos foram a Campo Grande para a posse do novo arcebispo de lá, Dom Dimas Barbosa. A Arquidiocese do Rio prometeu devolver o valor das passagens para os cofres públicos, por meio de doação a um programa de assistência social.
Até semana passada, porém, a instituição não tinha calculado o valor que seria feito como pagamento referente às passagens nem de quando faria o depósito.
Força Aérea se cala sobre voo
Dezesseis dias após pedir informações à FAB sobre que tipo de entrega foi feita pelo Correio Aéreo em Campo Grande na ocasião da viagem do grupo de religiosos, O DIA ainda não obteve resposta. Segundo a FAB, a viagem ocorreu porque “havia disponibilidade de tripulantes e horas de voo para treinamento e atendimento do pleito
Se fossem pagar pela viagem em jato particular, a Arquidiocese desembolsaria, pelo menos, R$ 100 mil. Pelo menos dois padres do Rio foram ao evento pagando sua passagem aérea, o que custa, em média, R$ 600 pela ida e a volta, na promoção.

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