Arma do pai estava guardada sob urso em cima de armário
POR FERNANDA ALVES
Rio - Perícia preliminar realizada na arma que atingiu uma criança de 9 anos, na comunidade Piraquê, em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, confirmou que a própria menina pegou a pistola sobre o armário, sentou no sofá da sala e fez o disparo acidental. O caso aconteceu na manhã desta terça-feira, quando a menor brincava com a pistola que pertencia ao pai, no sofá de casa.
Pai da menina (de boné), Raimundo Nonato Mendes Pontes, saindo da casa onde sua filha acabou baleada na cabeça | Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia
A menina estava na companhia de um irmão, de 5 anos, e de irmã de 3 anos. Foi socorrida por uma vizinha, que ouviu o apelo do garoto.
Levada de helicóptero para o Hospital Miguel Couto, na Gávea, a vítima foi submetida a cirurgia que durou mais de sete horas e está em estado grave. O pai foi indiciado por porte ilegal e omissão na cautela de arma de fogo, mas responderá em liberdade.
Levada de helicóptero para o Hospital Miguel Couto, na Gávea, a vítima foi submetida a cirurgia que durou mais de sete horas e está em estado grave. O pai foi indiciado por porte ilegal e omissão na cautela de arma de fogo, mas responderá em liberdade.
Segundo o pai, a arma foi comprada há 15 anos e era utilizada para defesa pessoal | Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia
Na hora do acidente, o comerciante Raimundo Nonato Ferreira, 37 anos, pai da menina, tinha ido a outro imóvel que tem no bairro buscar material de construção. A mãe da criança estava trabalhando e, depois, ficou no hospital acompanhando a filha.
A arma estava escondida em cima do armário no quarto das crianças, debaixo de ursinho de pelúcia.
“Trouxe quando vim do Ceará e deixava em casa por segurança, já que tenho um bar. Não achava arriscado deixar em casa porque eu a escondia bem. Achava que ela nunca tinha visto. Era para me proteger, não para ferir minha filha”, explicou Raimundo, chorando. Ele alegou que saiu de casa por apenas 10 minutos.
A vizinha Maira José da Silva, 45 anos, que foi a primeira a chegar no local do crime, conta que viveu momentos de pavor: “Ela estava caída no chão com um tiro na testa. Fiquei muito assustada”.
“Estava nos fundos da minha casa e escutei um disparo bem baixo. Pensei que era bombinha, mas ouvi o menino gritando e saí correndo”, revelou Maira José.
Pistola ficava perto da cama
O delegado da 43ª DP, Antônio Ricardo Lima Nunes, informou que o pai não foi preso em flagrante porque ele chamou a polícia. A arma que feriu Carolina é calibre 22 milímetros e não tem registro.
“Só não sabemos se a menina ia pegar o ursinho e encontrou a arma ou se alguma vez ela já tinha visto o pai guardando a pistola no armário”, revelou o delegado.
Segundo ele, a pistola estava a 73 cm de distância do local onde a criança dormia, no alto de uma cama beliche. A casa ficará interditada para que seja realizada uma segunda perícia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário