5 de abr. de 2011

Prefeitura pede à Light mapa de áreas críticas na rede subterrânea do Rio

Fonte: G1 / RJ


Paes criou comissão para acompanhar os trabalhos da concessionária.
Para secretário, Light é 'problemática'; empresa diz que não existe 'falha zero'.

Tássia Thum
Do G1 RJ
A prefeitura do Rio pediu nesta segunda-feira (4) que a Light, concessionária responsável pelo fornecimento de energia na cidade, repasse às autoridades administrativas os pontos críticos, considerados de alto risco em sua rede subterrânea, para que se evite explosões de bueiros, como a ocorrida na última sexta-feira (1º) na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, que deixou cinco feridos em Copacabana, na Zona Sul do Rio.
O Secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Osório, informou em coletiva à imprensa nesta segunda, que foi um “desconforto” saber dos 130 pontos críticos da rede da Light no Rio através da mídia. Para evitar surpresas desagradáveis, a prefeitura criou também nesta segunda uma comissão multidisciplinar para acompanhamento das medidas a serem adotadas pela Light e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Osório explicou que a criação da comissão será publicada no Diário Oficial do município na terça-feira (5). O secretário informou que vai contratar uma empresa independente para avaliar os trabalhos realizados pela Light, assim como os equipamentos utilizados pela concessionária.
Em nota, a Light informou que "as 1.170 câmaras subterrâneas prioritárias - definidas após mapeamento e diagnótico em toda a rede - foram todas inspecionadas". Desse total, ainda segundo a concessionária, "1040 já foram modernizadas", e "as 130 câmaras restantes estão sendo trabalhadas pelas equipes de manutenção da Light - o que não justifica, ao contrário do que tem sido noticiado, a afirmativa de que 'irão explodir'".

Além da Light, as outras concessionárias que operam os serviços da cidade, como a CEG (gás), a Oi (telefonia), e a Cedae (água e esgoto), também terão que repassar à prefeitura um mapeamento do subsolo da cidade.

Campo minado
“A Light precisa nos repassar de imediato a relação dos locais, que necessitam de obras emergenciais, além de nos informar oficialmente que providências estão sendo tomadas para evitar os problemas. O que não pode acontecer é repetir o que vimos na sexta-feira, ali não era a Avenida Nossa Senhora de Copacabana, e sim um campo minado”, comentou Osório.

A concessionária, no entanto, se defende da acusação, alegando que "em nenhum sistema elétrico do mundo existe probabilidade de falha zero". "Não existem os chamados 'bueiros bomba'", afirma a nota da Light.
Em comunicado, a concessionária diz ainda que "o ocorrido na última sexta-feira fez com que a empresa intensificasse os trabalhos da força-tarefa, no sentido de concluir com a maior brevidade possível a modernização de todas as câmaras remanescentes; sem preterir o atendimento aos demais serviços prestados na rede da empresa".
O secretário classificou ainda a Light como uma concessionária “problemática”. Osório disse que é prematuro julgar a Aneel de omissa, mas adiantou que se a agência reguladora não tomar as punições cabíveis à Light, a prefeitura pode entrar com uma ação judicial contra a Aneel e a Light.
“Caso a Aneel, que tem o dever de fiscalizar, e a Light não cumpram com o seu papel previsto dentro da lei, a prefeitura pode sim entrar com uma ação exigindo punições. A cidade perde muito com essas explosões, isso gera repercussão negativa para o turismo”, acrescentou Osório.
Táxi é atingido por explosão de bueiro em Copacabana (Foto: Celso Pupo/Fotoarena/AE)Grande tampa de bueiro atingiu táxi após explosão em Copacabana (Foto: Celso Pupo/Fotoarena/AE)
Rua interditada 
A Rua Djalma Ulrich, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, foi liberada cerca de 40 minutos após uma obra emergencial da Light no local, na manhã desta segunda-feira (4). De acordo com a Light, água que estava na câmara subterrânea entrou em contato com material elétrico, o que gerou um vapor no local.

Segundo o Centro de Operações Rio, a interdição aconteceu entre a Avenida Nossa Senhora de Copacabana e a Rua Leopoldo Miguez, em Copacabana.
A interdição aconteceu a poucos metros do local da explosão de um bueiro na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, que deixou cinco feridos na noite de sexta-feira (1º).
Avenida teve trecho fechado no sábado
A Avenida Nossa Senhora de Copacabana ficou interditada até o início da noite de sábado (2) para reparos, entre as ruas Miguel Lemos e Raimundo Corrêa. A interdição gerou retenções em outras vias do bairro, como a Avenida Altântica, para onde veículos foram desviados.

Cerca de 80 homens da prefeitura e da Light trabalharam no local durante todo o dia na recuperação do trecho danificado. O tráfego foi liberado por volta das 19h30 de sábado (2).
No dia 29 de junho de 2010, um casal de turistas americanos foi atingido pela explosão de um bueiro na esquina da Rua República do Peru com a Avenida Nossa Senhora de Copacabana. A mulher ficou 68 dias internada na Clínica São Vicente, na Gávea.
Bueiro explodiu em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, na noite de sexta-feira (1º) (Foto: Marcos de Souza Gouvea Filho/VC no G1)Curiosos observam trabalho dos bombeiros após explosão (Foto: Marcos de Souza Gouvea Filho/VC no G1)

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