21 de mai. de 2011

Em casa, após drama que durou sete meses

Fonte: O Dia Online


Matheus, que passou por transplante de fígado, agora precisa de fisioterapia para andar

Rio - O menino Matheus Silva, 2 anos e 8 meses, passou ontem o seu primeiro dia deste ano fora de um leito hospitalar. Há 35 dias, ele enfrentou um transplante de fígado do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), onde estava internado desde outubro. No sofá da casa da tia Ana Célia, no Centro do Rio, Matheus era observado de perto pela mãe, Maria do Amparo de Souza, que saiu do Maranhão no ano passado com a criança em busca de um transplante — única possibilidade de sobrevivência para o menino, que nasceu com um grave problema hepático.
“Eu às vezes não acredito que ele teve alta depois de sete meses e de tanta dificuldade. Passamos Natal, Ano Novo, meu aniversário, Carnaval, Páscoa e Dia das Mães juntos, internados no hospital. Agora que o pior já passou, vamos ter muito o que comemorar”, emociona-se Maria do Amparo, 29 anos.

A angústia foi agravada pela paralisação dos transplantes de fígado no HFB. Em janeiro, o hospital parou de fazer este tipo de procedimento devido à falta de anestesistas, que haviam pedido demissão por problemas de pagamento. Mesmo com doador compatível, Matheus teve que esperar longo período pelo transplante.
“Ele já estava começando a andar quando foi internado, mas ficou tanto tempo hospitalizado e foi tão fragilizado pela doença que perdeu a força muscular. Hoje, não consegue ficar em pé. Não firma a cabeça, nem tem força para segurar as coisas”, diz a mãe, que procura um tratamento de fisioterapia gratuito. “Não vejo a hora de ver Matheus andando e correndo como uma criança da idade dele”.
A melhora do menino, que tinha os olhos amarelados, é visível. “Um dia após a cirurgia, os olhos já estavam brancos”, conta a mãe.
Primo do pequeno, Domingos Silva Souza, 27, não esconde o orgulho de ter doado parte do seu órgão à criança. “Quando Maria disse que procuraria um doador na família, eu tive certeza que eu seria compatível”, diz ele, que também veio do Maranhão.
Solução após denúncias

Referência em transplante de fígado e única unidade do Rio a fazer este tipo de procedimento em crianças, o Hospital Federal de Bonsucesso enfrentou uma crise que culminou com a paralisação do serviço no início do ano. Conforme O DIA noticia desde 3 de fevereiro, entre os cerca de 300 pacientes que esperavam pelo transplante havia três crianças — além de Matheus, Bruna Brandão, 2 anos, e Andrew Araújo, 1 ano e 7 meses. 
Depois que O DIA começou a denunciar o problema, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, prometeu que as três crianças seriam operadas por anestesistas voluntários. Após série de reportagens, os pequenos foram operados através de convênios temporários ou trabalho voluntário de anestesistas. Andrew não resistiu e morreu após a cirurgia.

Em 20 de abril, o HFB voltou a fazer o procedimento de forma regular com sete anestesistas na equipe — alguns contratados e outros emprestados por unidades.
Solução após denúncias 

Referência em transplante de fígado e única unidade do Rio a fazer este tipo de procedimento em crianças, o Hospital Federal de Bonsucesso enfrentou uma crise que culminou com a paralisação do serviço no início do ano. Conforme O DIA noticia desde 3 de fevereiro, entre os cerca de 300 pacientes que esperavam pelo transplante havia três crianças — além de Matheus, Bruna Brandão, 2 anos, e Andrew Araújo, 1 ano e 7 meses. 

Depois que O DIA começou a denunciar o problema, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, prometeu que as três crianças seriam operadas por anestesistas voluntários. Após série de reportagens, os pequenos foram operados através de convênios temporários ou trabalho voluntário de anestesistas. Andrew não resistiu e morreu após a cirurgia.

Em 20 de abril, o HFB voltou a fazer o procedimento de forma regular com sete anestesistas na equipe — alguns contratados e outros emprestados por unidades.
Reportagem de Clarissa Mello e Pâmela Oliveira

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