26 de mai. de 2011

Prejuízo para o tráfico

Fonte: O Dia Online


Em operação para reprimir cracolândia no Jacarezinho, polícia encontra 70 quilos de maconha e fuzil em buraco debaixo de uma casa. Ação recolheu 76 usuários de droga

POR ISABEL BOECHAT
Rio - O objetivo era reprimir, mais uma vez, a cracolândia da Favela do Jacarezinho, uma das maiores do Rio. Mas a ação conjunta da Secretaria Municipal de Assistência Social com as polícias Civil e Militar, realizada ontem de manhã, não se limitou a recolher 76 usuários de crack para abrigos da prefeitura. Denúncia anônima levou à descoberta de um esconderijo subterrâneo de armas e drogas.

A informação obtida pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) indicou uma casa na localidade da Concórda. Na residência, em um buraco sob o assoalho, os policiais encontararam um fuzil AK-47, tabletes com 70 quilos de maconha, munição e carregadores. Em outro ponto do Jacarezinho, foram apreendidos mais 11 quilos de maconha e um quilo de cocaína. 

Com usuários de crack, os policiais flagraram 18 pedras de droga. Há suspeitas de que uma delas seria de oxi — resultado da mistura do resto do refino das folhas de coca, ácido sulfúrico, cal e querosene ou gasolina, cujo poder destrutivo é maior do que o do crack.

A delegada Valéria Aragão solicitou que a pedra, de cor escura, fosse periciada. “Esses usuários, normalmente, estão ligados a furtos”, disse ela, explicando por que o grupo foi recolhido para abrigos.

Segundo o comandante do 3º BPM (Méier), coronel Rui França, o valor estimado da apreensão de maconha é de R$ 50 mil. Já o fuzil, se vendido no mercado negro, pode chegar até a R$ 70 mil. 

Nove ações em seis meses

A operação de ontem foi a nona feita em conjunto entre o prefeitura e órgãos de segurança do estado , desde novembro, no combate às cracolândias. Segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social, 691 pessoas foram retiradas das ruas — sendo 153 crianças e adolescentes. 

O secretário Rodrigo Bethlem explicou que todos os recolhidos ontem foram encaminhados a abrigos para atendimento assistencial. “O apoio da família é importante. Muitos dos usuários permanecem ou iniciam o uso do crack justamente pelo rompimento do laço familiar. Quem precisar de ajuda pode procurar uma unidade da assistência social perto de sua casa e nós vamos ajudar. Esse é o nosso papel”, afirmou.

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