19 de abr. de 2011

'Era coisa de filme', diz moradora do prédio que desabou no RJ

Fonte: G1 / RJ


Prédio de 3 andares caiu em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
Construção tinha 10 apartamentos, mas não houve feridos.

Tássia Thum
Do G1 RJ
Moradores do prédio que desabou na tarde desta segunda-feira (18), em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, falaram do grande susto que tomaram ao deixar o local.
“Era coisa de filme, em segundos, as rachaduras aumentaram, os canos se retorceram, e depois de três barulhos enormes, tudo veio abaixo. Só vimos aquela poeira levantando e os nossos sonhos literalmente no chão. Me casei há dois anos e esse era o nosso lar”, disse, entre lágrimas, a vendedora Juliete Nascimento dos Santos, de 21 anos.
Jovem salvou cachorrinha
A jovem conseguiu salvar a cachorrinha Belinha, algumas roupas e documentos. Os eletrodomésticos e os móveis parcelados se perderam na tragédia.

A vendedora Juliete lamenta o desabamento (Foto: Tássia Thum/G1)
Moradora do prédio que desabou fala do susto 
e da tristeza (Foto: Tássia Thum/G1)
Moradores comentam que o terreno da construção era uma antiga área de mangue. Além de um supermercado, o prédio comportava outros 10 apartamentos, construídos em dois andares acima. Apesar do cenário de destruição, não houve vítimas.

"Há uma semana eu e meu marido percebemos rachaduras finas na parede em cima do guarda-roupa e nas portas. Imaginei que um dia pudesse se tornar um perigo, mas não imaginei que seria assim tão rápido", contou Elisângela Oliveira, de 24 anos, que morava no local há 1 ano e 8 meses.
Predio desabou na tarde desta segunda em São João de Meriti (Foto: Tássia Thum/G1)Prédio desabou na tarde desta segunda em São João de Meriti (Foto: Tássia Thum/G1)
O subsecretário de Defesa Civil municipal, major Alexandre Silveira, explicou que o órgão não tinha recebido solicitações de moradores ou do proprietário para vistoriar o prédio. Ele acredita que a construção tenha sofrido um colapso estrutural, que pode ter sido provocado por sobrecarga de peso ou até mesmo por um pilar mal construído.
“Nós não podemos afirmar que aqui era uma área de mangue porque não foi feito um teste de sondagem do solo. Estamos verificando se a construção tinha a documentação adequada”, explicou o subsecretário.
Segundo os moradores, o prédio existia há cerca de sete anos. Os apartamentos eram alugados por R$ 230. Eles afirmam que o dono do prédio ainda não apareceu para comentar o que seria feito para ressarcir o prejuízo. O G1 ainda não conseguiu contato com o dono do prédio.
“Hoje eu vou dormir na casa da minha mãe. Amanhã eu não sei. Perdi o que tinha, agora quero saber quem vai me ressarcir? Não tenho mais nada. O pior é imaginar que o perigo já existia há anos. A minha casa se foi, amassada, igual a papaleão”, chora Claudia.
Vizinha de prédio ficou com medo que escombros afetassem sua casa (Foto: Tássia Thum/G1)
Vizinha de prédio ficou com medo que escombros
afetassem sua casa (Foto: Tássia Thum/G1)
O major Alexandre Silveira informou ainda que o órgão está vendo quais pessoas vão para casa de parentes e quais vão necessitar ir para um abrigo. Outros dois imóveis foram interditados.
A aposentada Carmen Lúcia Nascimento, de 50 anos, mora na casa ao lado à tragédia. Os escombros ocuparam parte do quintal e do terraço de sua casa.
“Estava limpando a cozinha, quando ouvi um barulho muito grande, e saí com medo que a minha casa também fosse afetada. Aí quando desabou, voltei e vi da janela da minha cozinha, o que antes era um prédio”, falou a aposentada.

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